Uma equipa de cientistas aferiu numa experiência que o fitoplâncton (plâncton vegetal) pode aumentar a taxa de captura de dióxido de carbono e de libertação de oxigénio em águas mais quentes.

O grupo analisou uma espécie de fitoplâncton, a alga verde 'Chlamydomonas reinhardtii', e observou que, após dez anos mergulhada em águas mais quentes, continuou a realizar a fotossíntese - função pela qual, na presença de luz solar, algas, plantas e algumas bactérias transformam dióxido de carbono e água em matéria orgânica, libertando oxigénio.

As algas estudadas ajustaram-se a temperaturas mais elevadas, produziram mais energia e tornaram-se mais competitivas, o que, segundo o estudo, sugere que a "Chlamydomonas reinhardtii" poderá continuar a ser uma fonte abundante de alimento para a vida aquática, mesmo se a temperatura dos oceanos aumentar.

Apesar dos resultados obtidos, os cientistas desconhecem se o comportamento verificado com a "Chlamydomonas reinhardtii" pode acontecer com outros grupos de algas e, confirmando-se, se o processo de adaptação sucede através dos mesmos mecanismos.

Os investigadores da Universidade de Exeter, juntamente com equipas do Imperial College e da Queen Mary University, também no Reino Unido, observaram as algas em dez tanques com água a uma temperatura quatro graus centígrados acima da temperatura ambiente. Este é o aumento médio da temperatura esperado no planeta no final do século XXI. Em outros dez tanques, também com algas, a temperatura foi mantida em níveis normais.

Os 20 tanques tinham o mesmo tipo e quantidade de fitoplâncton, zooplâncton (plâncton animal, que não realiza fotossíntese), invertebrados (vermes) e plantas.

No laboratório, os cientistas testaram o quanto as algas podiam gerar a fotossíntese, a rapidez com que cresciam e como competiam com os outros organismos.

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