“É importante avaliar a diversidade de cada tumor para adequar o tratamento a cada doente. Não existem medidas objetivas de avaliação desta diversidade, este trabalho demonstra um novo método”, explicou à Lusa Cátia Silva, primeira autora do estudo.

A investigadora considerou que “dando continuidade a esta investigação, será possível conhecer melhor a patologia e, assim, adaptar a abordagem que é feita tendo em conta cada caso específico, melhorando a assistência prestada a cada mulher”.

Estes são os sintomas de cancro mais ignorados pelos portugueses
Estes são os sintomas de cancro mais ignorados pelos portugueses
Ver artigo

Este estudo, que mereceu destaque na capa do International Journal of Gynecological Pathology, considerada uma das revistas científicas mais reputadas na área, recorreu a “um elevado número de amostras de cada tumor e usou medidas quantitativas que permitiram analisar de forma transversal cada cancro”.

Tumor é constituído por células de características semelhantes

Deste modo, “foi possível analisar de forma sólida as características morfológicas e moleculares dos tumores, esclarecendo, consequentemente, o seu grau de variabilidade e heterogeneidade intratumoral”, disse Cátia Silva.

“Fizemos uma análise profunda, muito mais detalhada que outros estudos até à data. Conseguimos perceber que cada tumor é constituído por células de características semelhantes”, frisou.

De acordo com a investigadora, “este é o primeiro passo para responder a uma série de questões relativamente à natureza deste tipo específico de cancro” e que, por isso, “a investigação deve continuar”.

O estudo, desenvolvido no âmbito do mestrado em Medicina e Oncologia Molecular da FMUP, pela investigadora Cátia Silva e coordenado por Carla Bartosch e José Manuel Lopes, contou com a colaboração do Centro Hospitalar São João, do IPO-Porto, do ICBAS e do IPATIMUP/i3S.