O acesso fácil a novas drogas consideradas legais, nomeadamente através da Internet, favorece a curiosidade dos jovens por estas substâncias, que devem ser controladas, defende um especialista em bioquímica.

A mefedrona, uma das consideradas “drogas legais”, será brevemente tornada ilícita em Portugal, como confirmaram à agência Lusa fontes do Instituto da Droga e da Toxicodependência e da Autoridade do Medicamento.

O farmacologista Frederico Pereira, investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, considera que “a dimensão e os padrões de uso da mefedrona ainda não são claros” e “provavelmente estão a ser subestimados”.

Tendo por base informação da autoridade norte-americana de combate à droga, o investigador defende que são necessários mais estudos para se compreender esta droga, “associada a alterações cardiovasculares, neurológicas com sintomatologia psiquiátrica, respiratórias, renais, hepáticas e inclusivamente à morte”.

Frederico Pereira recorda ainda que entre os efeitos da mefedrona estão o aumento da euforia, do estado de alerta e agitação, ansiedade, tremores, febre, dor torácica, palpitações, hipertensão ou visão turva.

A duração do efeito pode ser curta e, por isso, surge descrito o consumo sucessivo de várias doses desta droga.

Pela informação disponível sobre a mefedrona, o professor do Instituto de Farmacologia e Terapêutica Experimental não tem dúvidas de que é uma droga que necessita de controlo.

Só a inclusão desta substância na lista de produtos controlados, como defende a autoridade que regula o setor do medicamento, impedirá a sua livre comercialização.

O Infarmed confirmou à Lusa que está a “ultimar o projeto de proposta de lei, a apresentar pelo Governo à Assembleia da República”, para incluir a mefedrona nessa lista.

18 de fevereiro de 2011

Fonte: LUSA/SAPO