
A greve abrange o Centro Hospitalar Lisboa Norte, o Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto e Valongo), o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Universitário do Porto e o Centro Hospitalar de Setúbal, disse Lúcia Leite, da Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros, uma das estruturas que convocou a greve.
Após uma reunião com a ministra da Saúde, Marta Temido, esta segunda-feira, os sindicatos decidiram manter a paralisação. O próximo encontro entre membros do Governo e sindicatos está agendado para 15 de novembro, uma semana antes do início da greve, altura em que se espera uma contraproposta por parte do Ministério da Saúde.
A greve surge na sequência da iniciativa lançada por um grupo de enfermeiros para recolher fundos destinados a financiar a paralisação.
Até às 22h00 de sexta-feira tinham sido angariados 308.000 euros, disse à Lusa Catarina Barbosa, que integra o movimento.
Donativos de vários profissionais
De acordo com a mesma fonte, os donativos são, sobretudo, de enfermeiros, mas também há médicos, anestesistas e outros profissionais a contribuir, além de amigos e familiares. A greve é também convocada pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal.
Ainda não foi decidido se a recolha de fundos, iniciada em 15 de outubro, termina na segunda-feira conforme estava previsto. Para esse dia, foi agendada uma conferência de imprensa, em Lisboa, na sede da União Geral de Trabalhadores (UGT), de acordo com Catarina Barbosa.
Lúcia Leite explicou que o objetivo é parar, sobretudo, a cirurgia programada, embora todos os enfermeiros possam participar na greve.
A iniciativa partiu de um grupo de enfermeiros, mas para a convocação de uma greve é necessária a intervenção sindical, com a entrega formal de um pré-aviso.
Reivindicações
Os enfermeiros pretendem ver aprovada uma carreira com três categorias e um conjunto de princípios que já entregaram ao governo. Em causa está também o descongelamento da carreira e a forma como cada instituição está a gerir o processo. “Cada instituição está a fazer o descongelamento a seu bel-prazer. Uma grande maioria ainda não está a pagar nada”, referiu a dirigente sindical.
O grupo promotor da iniciativa alega que os enfermeiros “não têm carreira digna”, não progridem “há mais de 13 anos” e têm vencimentos baixos para licenciados.
Na quinta-feira, as duas estruturas sindicais que agora entregaram o pré-aviso de greve tinham desconvocado uma paralisação nos principais blocos cirúrgicos dos hospitais públicos, convocada para de 08 de novembro a 31 de dezembro.
A convocação da greve tinha, contudo, gerado dúvidas, com fonte do setor a alertar esta semana que o pré-aviso publicado a 24 de outubro não cumpria os dez dias úteis previstos no Código do Trabalho (de 25 de outubro até 07 de novembro decorrem apenas nove dias úteis).
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