Falando durante o “cordão humano” criado simbolicamente no passeio junto à entrada do HDS, que contou com pouca adesão dos utentes, Helena Jorge, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), afirmou que a adesão à greve iniciada na terça-feira foi “muito boa”, lamentando que o Ministério da Saúde não tenha desbloqueado o pedido de contratação de 49 enfermeiros feito pela administração.

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Segundo a dirigente do SEP, a adesão no período da manhã rondou os 75%, subindo nos turnos da tarde e noite para os 90%, o que levou a que no Bloco Operatório apenas funcionasse a sala da Urgência, a que a cirurgia de ambulatório fosse fechada nos dois primeiros dias, estando hoje a 70% (“porque ficar sem três dias de ordenado não é fácil”), e a que as Urgências e os outros serviços tenham estado em “cuidados mínimos”.

“Em sinal de boa fé fizemos os três dias de greve para demonstrar que realmente persistem os nossos problemas e não vamos desistir”, disse Helena Jorge, para quem também é preciso “um bocadinho de boa fé do outro lado”.

Salientando que os enfermeiros reivindicam neste protesto apenas a contratação de 50 profissionais, para suprir as faltas “mais prementes”, Helena Jorge afirmou que, se não houver “uma tentativa para resolver o problema, pelo menos os imediatos”, a seguir irão ser reivindicadas “as dotações inteiras deste hospital”, o que implica a contratação de “muito mais de 100” enfermeiros.

Helena Jorge alertou para o elevado número de baixas de longa e média duração e dos índices de absentismo, que afirmou terem passado dos oito para os 32 dias, situação que, disse, tende a piorar devido à “ausência de descanso” e que “devia levar os governantes a pensar”.

A representante referiu ainda as dificuldades de contratação de enfermeiros por seis ou nove meses para substituir as ausências longas, seja por doença, seja por licença de maternidade, frisando que “não há enfermeiros que queiram assinar esses contratos”.

A dirigente do SEP afirmou que os motivos que levaram à convocação desta greve “vão tornar-se piores”, porque o volume de horas extraordinárias é já comparável ao existente no período de férias de verão de anos anteriores.

Ainda não foi possível obter informação da administração.