14 de janeiro de 2013 - 11h12
Os trabalhadores que separam o lixo em Leiria estranharam a novidade, mas os músculos, os tendões, os joelhos, a coluna, os ombros e sobretudo o pescoço rapidamente se renderam à ginástica laboral introduzida pela empresa.
“A motivação das pessoas mudou muito. De manhã começam o trabalho mais bem-dispostas e, no final, há uma descontração psicológica. Os problemas que trazem de casa ficam nesta roda”, explica Filipe Nazário, supervisor da triagem da Valorlis.
Na Valorlis, empresa de Leiria que gere o tratamento de resíduos sólidos urbanos de seis municípios e que recebe em média 100 mil toneladas anuais, o aquecimento e o relaxamento são realizados, respetivamente, ao princípio e ao fim de cada turno, dentro do horário de trabalho.
“Deixou-se de ouvir falar em torcicolos e nota-se que a primeira hora de trabalho, que já era boa, é de longe a mais eficaz”, enfatiza o supervisor.
Quando a ginástica laboral deu os primeiros ‘passos’ entre os funcionários da triagem, muitos franziram a sobrancelha.
Hoje, a maioria dos 21 trabalhadores que participam no projeto e que todos os dias separam embalagens - e repetem até à exaustão os mesmos movimentos - já ‘exportaram’ os exercícios para a privacidade das suas casas.
“Ao princípio achámos que era uma brincadeira, mas agora levamos isto mais a sério. De manhã dá para aquecer os músculos e no final do dia ficamos mais relaxados”, reforça uma das trabalhadoras, Irene Saraiva, de 54 anos.
O alívio nas dores, fruto do cansaço que ‘mora’ nas pernas após várias horas na mesma posição, é a “mais-valia” que destaca outra das funcionárias, Vânia Costa, de 25 anos.
A ideia é “fornecer a cada pessoa a responsabilização da saúde no seu posto de trabalho, mas também adequar os exercícios às características individuais que causam patologias específicas”, justifica a fisioterapeuta responsável pelo projeto.
SAPO Saúde com Lusa