“Nós, como sabe, em relação por exemplo a Espanha, começámos a atividade epidémica mais tarde, muito menos intensa, e estes óbitos que estamos a ter agora refletem infeções que já aconteceram há bastantes dias”, disse a responsável, falando na conferência de imprensa diária da evolução do surto de covid-19 no país.

Questionada sobre quando é que o país poderá deixar de registar vítimas mortais devido à pandemia, como já acontece em Espanha, Graça Freitas lembrou a “história natural da doença: as pessoas infetam-se, têm um período em que estão relativamente estáveis, depois pioram e vão para unidades de cuidados intensivos e algumas delas, infelizmente, morrem”.

“O que estamos a ver agora é um abrandamento, mas que reflete infeções já em dias passados”, explicou.

Por isso, “vamos esperar mais uns dias para ver como é que, nomeadamente a questão de Lisboa e Vale do Tejo se reflete na mortalidade”, acrescentou Graça Freitas, numa alusão ao facto de esta região estar, atualmente, com focos de contágios ativos.

Ainda relativamente a Lisboa e Vale do Tejo, a responsável apontou também que, apesar de “muitos destes doentes serem jovens e saudáveis, também existem alguns lares na região com casos e essas pessoas mais idosas podem originar óbitos”.

“De qualquer das formas, é uma boa notícia porque estamos a ter poucos casos neste momento”, adiantou Graça Freitas.

Portugal regista hoje 1.517 mortes relacionadas com a covid-19, mais cinco do que no sábado, e 36.690 infetados, mais 227, segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se tem registado o maior número de surtos, a pandemia de covid-19 atingiu os 14.828 casos confirmados, acima dos 14.622 casos totalizados até sábado.

Por sua vez, a região Norte continua a registar o maior número de infeções, 17.078.

Já a região Centro contabiliza 3.874 casos confirmados, seguida pelo Algarve (395) e o Alentejo (282).