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Anticorpo ataca células imunológicas que libertam as citocinas responsáveis pela inflamação
22 de agosto de 2013 - 12h01
Um novo tratamento mostrou-se promissor na luta contra a doença de Crohn e a colite ulcerosa, graves inflamações intestinais crónicas, segundo testes clínicos publicados na quarta-feira nos Estados Unidos.
Uma nova molécula, a vedolizumab, do laboratório japonês Takeda, oferece esperança renovada aos quatro milhões de pessoas que sofrem de uma destas duas doenças autoimunes, afirmaram os cientistas que realizaram estes estudos clínicos, publicados na revista New England Journal of Medicine.
Os testes clínicos de fase 3, realizados em 39 países e nos quais participaram 3.000 pessoas, "mostraram resultados muito promissores para os doentes que sofrem de doença de Crohn e colite ulcerosa, para as quais os tratamentos convencionais como os esteroides ou supressores do sistema imunológico são ineficazes", explicou William Sandborn, diretor do Centro de Doenças Inflamatórias Intestinais da Universidade da Califórnia em San Diego.
"Este tratamento modifica o enfoque terapêutico destas doenças, já que muitos doentes que sofrem de colite ulcerosa obtiveram uma cura, mantida com a continuidade da ingestão de vedolizumab", acrescentou.
A notícia avançada pela agência France Presse indica que o anticorpo, administrado via intravenosa, ataca as células imunológicas do intestino que libertam um tipo de proteínas (citocinas) responsáveis pela inflamação, que causa danos nos tecidos dos intestinos grosso e delgado e provoca diarreia.
O tratamento é muito direcionado, o que limita o risco de efeitos colaterais, enquanto os tratamentos tradicionais são acompanhados de efeitos como perda de peso, náuseas ou dor de cabeça, afirmaram os cientistas.
Além disso, os medicamentos convencionais contra a doença de Crohn e a colite ulcerosa fragilizam o sistema imunológico, o que por sua vez aumenta o risco de infeções.
Esta doença pode provocar complicações graves, como oclusão intestinal, desnutrição ou câncer de cólon.
Takeda, que financiou os testes clínicos, pediu a luz verde às agências americanas e europeias de medicamentos, a FDA e a EMA, para lançar o medicamento no mercado.
SAPO Saúde com AFP
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