As mesmas fontes indicaram à Lusa que a demissão foi decidida quarta-feira e está a ser preparada para ser oficialmente comunicada à administração do hospital na sexta-feira. O porta-voz do hospital disse à Lusa não ter conhecimento oficial desta tomada de posição e garantiu que os serviços estão a funcionar normalmente.

Também o administrador do hospital, Francisco Velez Roxo, disse que não tem qualquer conhecimento formal desta situação, adiantando apenas que o que está em curso é “o normal debate em torno da contratação de pessoal”.

As fontes hospitalares referiram que existe um desconforto crescente em torno das dificuldades para contratação de pessoal, que pode ser agravado com a imposição de reduzir 35% os gastos com médicos tarefeiros.

O administrador do hospital reconheceu que esta unidade de saúde recorre muitas vezes à contratação de médicos externos.

Ministro diz que hospital não vão entrar em rutura

O ministro da Saúde disse já que a redução dos 35% terá de ter exceções, garantindo que os hospitais não entrarão em rutura de resposta.

Este hospital depara-se ainda com uma ameaça de ter os blocos de parto paralisados a partir de julho, uma vez que os enfermeiros especialistas (obstetrícia) ameaçam parar se não forem remunerados de acordo com esta especialização.

Ainda sobre a redução de 35% nos gastos com médicos, a Ordem dos Médicos do Centro prevê consequências "extremamente graves" nas urgências dos hospitais com o diploma de execução orçamental.

Trata-se de “uma medida desumana que terá um impacto muito negativo numa área já bastante debilitada do SNS”, afirma o presidente daquela secção da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, citado numa nota. “Os recursos humanos nas urgências são atualmente insuficientes e não conseguirão resistir a um corte de mais de um terço na prestação do serviço assegurado na esmagadora maioria dos hospitais”, sustenta o dirigente da Ordem dos Médicos.

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