A Organização Mundial de Saúde (OMS) assinala na quarta-feira o Dia Mundial da Malária com um apelo ao investimento no combate à doença, sublinhando que os ganhos da última década são frágeis e correm o risco de se perder.
Na página da Internet dedicada à efeméride, com o lema "Suster ganhos, Salvar vidas: Investir na Malária", a OMS recorda que a mortalidade associada à malária caiu 25 por cento na última década em todo o mundo e 33 por cento na região de África.
Fora do continente africano, 35 dos 53 países afetados pela malária reduziram para metade o número de casos no mesmo período, enquanto as taxas de mortalidade infantil nos países com intervenções substanciais de controlo da malária caíram aproximadamente 20 por cento.
No entanto, sublinha a organização, "estes ganhos são frágeis e podem inverter-se caso a malária deixe de ser uma prioridade para decisores e doadores a nível mundial, regional e nacional".
Apesar do clima económico mundial, alerta a OMS, a ajuda ao desenvolvimento tem de continuar a chegar aos programas nacionais de controlo da malária para garantir o acesso das populações a intervenções que salvam vidas, assim como é necessário investir na investigação, para combater ameaças emergentes como a resistência aos parasitas.
"Saber se o mapa da malária vai continuar a encolher, como tem acontecido na última década, ou se vai ser reclamado pelos parasitas da malária depende, em grande medida, dos recursos que serão investidos nos esforços de controlo nos próximos anos", alerta.
Segundo a organização, 7.000 milhões de dólares anuais são necessários nos próximos quatro anos para controlar eficazmente a malária a nível mundial, mas o custo de deixar a doença sem controlo é pelo menos o dobro, estimando-se em 12 mil milhões de dólares as perdas económicas associadas à malária só no continente africano.
No entanto, sublinha a OMS, ainda falta angariar um terço dos 7.000 milhões, ou seja, faltam 2,4 mil milhões de dólares por ano.
A OMS alerta que as principais ameaças aos progressos alcançados são as resistências aos medicamentos, as restrições financeiras e a falta de uma consciencialização para o problema da malária.
E defende que o investimento continuado no controlo da doença levará os países onde a malária é endémica a alcançar níveis de mortalidade próximos de zero até 2015, contribuindo para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, sobretudo os que se relacionam com a saúde infantil e materna, a erradicação da pobreza extrema e a expansão do acesso à educação.
A malária é uma doença evitável e curável, mas que pode matar, causada por parasitas transmitidos aos humanos por picadas de mosquitos infetados. Segundo o último relatório anual da OMS sobre a doença, estima-se que em 2010 a malária tenha causado 655 mil mortes, principalmente de crianças africanas.
23 de abril de 2012
@Lusa
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