A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, garante que os hospitais portugueses estão preparados para uma eventual escalada da epidemia. Desde que a fase de alerta começou, em janeiro, há três hospitais em Portugal que estão "permanentemente preparados" para receber casos suspeitos de infeção pelo novo coronavírus, explicou Graça Freitas à RTP.

O Hospital de São João, no Porto, e o Dona Estefânia e o Curry Cabral, em Lisboa, estão na "primeira linha" quando se trata de uma emergência numa epidemia, e têm sido suficientes considerando o números de casos que têm aparecido, diz a médica especialista em Saúde Pública. 

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

Caso haja uma escalada desta epidemia, a Direção-Geral da Saúde tem mais cinco hospitais portugueses preparados para receber casos suspeitos e doentes infetados, inclusivamente nos Açores e na Madeira.

Graça Freitas frisa ainda que o INEM está preparado para uma eventual chegada do vírus a Portugal, com vários equipamentos e linhas de operação já estudados e disponíveis. "Temos de estar sempre preparados de acordo com o risco e com a evidência para mudar a nossa estratégia em caso de mudança de risco", salienta.

Quanto ao controlo de fronteiras, Graça Freitas considera em declarações à RTP que este "não tem muitos efeitos na deteção de casos", uma vez que as pessoas podem estar assintomáticas ou ainda no início do tempo de incubação da infeção.

Itália: um motivo de preocupação

Graça Freitas admite que os casos confirmados em Itália e em vários países europeus têm assustado os portugueses, mas frisa que as autoridades de saúde em Portugal estão a acompanhar de perto a evolução da epidemia que foi declarada no final de janeiro uma emergência de Saúde Pública mundial pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

"É óbvio que este surto em Itália é motivo de preocupação, porque está muito perto", comentou.

A diretora-geral de Saúde adianta ainda que nas últimas horas aquela unidade de saúde recebeu dezenas de chamadas telefónicas de cidadãos preocupados com a propagação do vírus em território europeu.

França confirma segunda morte; Espanha com 10 casos

França confirmou esta quarta-feira mais três novos casos de infeção por coronavírus, elevando para 17 o número total no país. As autoridades francesas confirmaram ainda a segunda morte na sequência da infeção.

Em Madrid, foi registado o segundo caso na capital espanhola. Espanha já contabiliza dez casos.

O balanço provisório da epidemia do coronavírus COVID-19 é de pelo menos 2.763 mortos e cerca de 81 mil infetados, a maioria na China, de acordo com dados de mais de 40 países e territórios. Das pessoas infetadas, quase 30 mil recuperaram.

Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus confirmados até agora

Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.

Além dos mais de 2.700 mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado, Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan registaram também vítimas mortais.

A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do COVID-19 como uma emergência de saúde pública de âmbito internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão nos últimos dias.

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