A imprensa sul-americana informa hoje que uma criança argentina de oito anos morreu depois de ficar infetada com a ameba que "come cérebros", um parasita que se aloja e destrói o tecido cerebral em poucos dias. É a primeira vez que um caso de morte provocada por este parasita é detetado naquele país, escreve o jornal "Clarín".

O caso é mais um episódio na epopeia das alterações climáticas. Acredita-se que a Naegleria fowleri, uma espécie de parasita encontrada em alguns lagos dos Estados Unidos e de zonas quentes, tenha chegado à Argentina por ação do aquecimento global.

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Esta espécie pode invadir e atacar o sistema nervoso humano. A infeção quase sempre resulta na morte da vítima já que é letal em 97% dos casos. A Naegleria fowleri é encontrada em água doce, como lagos, rios e nascentes de água quente. O parasita nada livremente e, em geral, entra no corpo pelo nariz, podendo alojar-se no cérebro.

Caso isolado

De acordo com a referida publicação argentina, que cita especialistas que garantem que se tratou "de um caso isolado", afastando a hipótese de epidemia, a criança contraiu a ameba em fevereiro de 2017, quando nadava numa lagoa próxima à província de Junín, localizada a 320 quilómetros de Buenos Aires.

O menino apresentou febre, dores de cabeça e vómitos, fotofobia, sintomas de meningite e inflamação das membranas que protegem o cérebro. Morreu sete dias depois do primeiro diagnóstico.

Para Sixto Raúl Costamagna, ex-presidente da Associação Parasitológica da Argentina, a ameba chegou ao país com as alterações climáticas.