De acordo com o relatório do Infarmed relativo à monitorização do consumo de medicamentos em meio hospitalar no ano passado, a despesa nos hospitais do SNS atingiu os 1.762,1 milhões de euros (ME), mais 190,9 milhões (+12,1%) do que em período homólogo.

As áreas terapêuticas com maior despesa foram a oncologia, com 549,9 ME, uma subida de 47,7 ME (+9,5%), seguido da amiloidose (doença rara), com 57,2 ME, uma subida de 20,6 ME (+56%). Com 35,4 ME, os psicofármacos foram a terceira área terapêutica com maior aumento da despesa, com mais 18,6 milhões gastos (+ 111%) em relação ao ano anterior.

Os medicamentos com maior aumento da despesa foram os do VIH (Lamivudina+Dolutegravir), que custaram aos hospitais do SNS 33,4 ME, mais do que triplicando a despesa (+238%; +23,5 milhões), o Tafamidis (Amiloidose), cujos gastos duplicaram para 35,7 milhões (+18,3 ME), e o Pembrolizumab (para cancro de mama triplo negativo), que custou 59,5 ME, mais 17,2 milhões (+40,4%) do que no ano anterior.

O relatório da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde indica que, no ano passado, a região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que teve um maior aumento da despesa a nível hospitalar (+100 ME), seguida pela região Norte (+55 ME).

Quanto à despesa por área de prestação, a consulta externa e produtos cedidos no exterior lideram a lista, com 789,1 milhões (+11%), seguidos pelo hospital de dia (638,1 ME; +14%), o internamento (170 ME; +9,7%) e o bloco operatório, com 42,7 milhões (+2,45). Nos Meios Complementares de Diagnóstico os hospitais consumiram em medicamentos 31 milhões e na urgência 20,8 milhões.

As classes terapêuticas com maiores despesas nos hospitais do SNS foram os imunomoduladores, que ultrapassaram os 553 milhões de euros (+9,7%), os antivíricos, com um gasto superior a 217 ME (+4,9%) e os citotóxicos, que custaram aos hospitais públicos mais de 210 milhões (+6,2%).

As substâncias ativas com maiores encargos para os hospitais do SNS foram a Imunoglobulina Humana Normal (62,4 ME; +18,5%), Pembrolizumab (para o cancro de mama triplonegativo), onde foram gastos mais de 59,4 milhões (+40,7%) e o Ustecinumab (para a doença de Crohn), com uma despesa de 37,3 ME (17,3%).

Nos medicamentos órfãos (para doenças raras) os hospitais do SNS gastaram 286,4 milhões de euros no ano passado, uma subida de 34,3% (+ 73,1 ME) relativamente ao período homólogo.

Em março, o Infarmed já tinha divulgado que a despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos em ambulatório teve em 2022 a maior subida dos últimos nove anos, ultrapassando 1.567 milhões de euros (+9,6%), e a dos utentes subiu 7,4%.

Segundo os dados da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, no ano passado, a despesa do SNS com medicamentos atingiu os 1.567,6 ME, mais 137,3 milhões do que em 2021, enquanto os gastos dos utentes ultrapassaram os 816 ME, mais 56 milhões do que em período homólogo.