De acordo com este modelo, que recorre a métodos analíticos avançados, a 14 de março, o número de novos casos diários irá aproximar-se de 140, enquanto o total de internados deverá rondar os 1.400. O número de internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) não deverá ser superior a 240.

Estima igualmente que a taxa de reprodução do vírus (Rt) seja já inferior a 0.7, podendo descer abaixo de 0.6 a partir do início de março, o que indicia que a incidência continuará em fase descendente.

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As previsões para esta data estão assim abaixo dos três principais critérios de segurança que devem guiar um desconfinamento:

  • Incidência abaixo dos 366 casos diários, a que correspondem 50 casos acumulados, em 14 dias, por 100.000 habitantes;
  • Hospitalizações abaixo de 1.500, ou seja, 85% da capacidade instalada idealmente alocada a internamentos COVID-19;
  • Internamentos em UCI abaixo dos 242 casos – 85% da capacidade instalada idealmente alocada a internamentos COVID-19.

"Tudo indica que, a meio do mês de março, teremos atingido os patamares de segurança que nos permitem começar a levantar as restrições à mobilidade dos cidadãos. É importante, no entanto, lembrar que o desconfinamento deverá ser, idealmente, progressivo, iniciando-se por atividades de menor risco e avançando para atividades de risco progressivamente maior", afirma Pedro Simões Coelho, presidente do Conselho Científico da NOVA IMS e coordenador deste projeto.

Apesar de só a 14 de março serem plenamente atingidos os objetivos de segurança, o responsável lembra que "é aceite que os níveis mais baixos de ensino, como o pré-escolar ou até o 1º ciclo, tendem a evidenciar menores riscos pelas classes etárias envolvidas e padrões de mobilidade, pelo que a sua reabertura parece ser possível ainda durante a segunda semana de março". E adianta: "Os ciclos seguintes poderão ser retomados, progressivamente, com espaçamentos de 15 dias entre si. O mesmo princípio poderá ser aplicado à reabertura progressiva das atividades económicas".

O dashboard disponibiliza igualmente novas previsões de desemprego a nível nacional, regional e local. Prevê-se que em junho esta taxa possa ultrapassar os 8%, com mais de 60 concelhos a nível nacional a ultrapassar os 10%. Vários concelhos da região do Algarve poderão mesmo ultrapassar 15% de desempregados.

A este propósito, Jorge Portugal, diretor-geral da COTEC, sublinha que "os apoios públicos concedidos às empresas têm sido um instrumento importante para conferir resiliência ao mercado de emprego, especialmente nos setores mais expostos aos choques dos sucessivos confinamentos". E conclui que "é importante agora ter um plano de re-abertura da economia de forma segura e gerador de expectativas positivas nos agentes económicos".

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