Ao Jornal de Notícias contam que os filhos, com cancro, fazem os tratamentos de ambulatório num corredor do Hospital porque o Ministério das Finanças ainda não deu luz verde para as obras nesta unidade.

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"As crianças acabam de fazer quimioterapia e têm de partilhar os elevadores com os carrinhos do lixo. E os carrinhos da limpeza são colocados ao lado da comida", denunciou o pai de um adolescente, citado pelo referido jornal.

Uma das mães diz que a situação na quimioterapia do ambulatório "é caótica" e "mil vezes mais grave" quando é preciso internar as crianças. "Não se admite que crianças em isolamento tenham quartos com buracos nas paredes, nos sofás, e janelas onde entra frio e não há cortinas para bloquear a luz", descreveu.

Ministério das Finanças bloqueia verba

Em março, o Governo anunciou a transferência de 22 milhões de euros para obras na unidade pediátrica, mas a verba ainda não terá sido desbloqueada pelo Ministério das Finanças, escreve o JN.

Atualmente a Unidade de internamento da Oncologia Pediátrica, o "Joãozinho", funciona em contentores, situação que pode, denunciam os pais, agravar o estado de saúde dos doentes. Alguns pais fizeram chegar estas e outras queixas à administração do São João.

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Já o presidente do Hospital de São João, no Porto, admitiu hoje que as condições do atendimento pediátrico são “indignas” e “miseráveis”, lamentando que a verba para a construção da nova unidade ainda não tenha sido desbloqueada.

“Há um protocolo assinado, temos um projeto pronto para entrar em execução e não temos o dinheiro libertado que torne possível a execução desse projeto”, afirmou António Oliveira e Silva.

O responsável disse que as obras que não dependem dessa verba têm vindo a ser realizadas, nomeadamente o novo centro ambulatório para a pediatria que fica disponível a partir de 15 de junho.