De acordo com a agência France-Presse, as vacinas chegaram esta sexta-feira de manhã cedo ao aeroporto de Harare a bordo do único avião operacional no país, um Boeing 767 da Air Zimbabwe, utilizado pelo ex-presidente Robert Mugabe para receber tratamento médico no estrangeiro.

“Não esqueceremos que, numa situação de necessidade, a China reagiu rapidamente”, disse no aeroporto o vice-presidente do Zimbabué, Constantino Chiwenga, saudando o que classificou de doação “oportuna” e “mais uma prova dos longos laços de amizade e solidariedade” entre os dois países.

As vacinas terão ainda de ser verificadas pela autoridade local de controlo de medicamentos antes de poderem ser administradas, de acordo com o Governo.

O Zimbabué é o primeiro país da África Austral a receber a vacina chinesa contra a covid-19.

A sua eficácia contra a variante que surgiu na vizinha África do Sul e que se espalhou amplamente não foi divulgada publicamente.

“No próximo mês, iremos adquirir 600.000 doses adicionais à China e o programa continuará até atingirmos o objetivo de 1,8 milhões de doses”, disse o ministro das Finanças, Mthuli Ncube, que também esteve presente no aeroporto.

O Governo está em negociações com outros laboratórios, incluindo o fabricante russo das vacinas Sputnik V.

A Guiné Equatorial também recebeu recentemente vacinas do Sinopharm da China, que já foram utilizadas também em campanhas de imunização, nomeadamente nas Seychelles e no Egito.

O Zimbabué visa vacinar 10 milhões de pessoas, cerca de dois terços da população, para alcançar a imunidade de grupo.

O país orçamentou 100 milhões de dólares (82,4 milhões de euros) para a imunização, que será gratuita no país.

Afetado por uma segunda vaga da pandemia mais violenta que a primeira, o Zimbabué tem oficialmente mais de 35.000 casos de infeção, incluindo 1.400 mortes.

O Presidente Emmerson Mnangagwa anunciou esta sexta-feira o prolongamento em duas semanas do confinamento que foi decretado no país no mês passado.

“O número de casos ativos e mortes é ainda muito elevado”, disse num discurso televisivo, acrescentando que “o objetivo é regressar à vida normal.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.400.543 mortos no mundo, resultantes de mais de 108,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.