Na sexta-feira, dirigentes do setor da saúde dos EUA divulgaram detalhes desta investigação, que foi decisiva na decisão, tomada esta semana, dos Centros de Controlo e Prevenção de Doença (CDC, na sigla em Inglês) de recomendar às pessoas vacinadas que voltem a usar máscara em espaços fechados, nas zonas dos EUA onde a variante delta está a alimentar uma subida das infeções.

Os autores do estudo afirmam mesmo que as conclusões sugerem que a orientação dos CDC sobre o uso das máscaras deve ser expandida para o conjunto do país, mesmo para eventos fora de portas.

As conclusões têm o potencial de alterar o pensamento sobre a forma como a doença é transmitida. Antes, pensava-se que as pessoas vacinadas que foram infetadas tinham baixos níveis de vírus e não os deveriam transmitir a terceiros. Mas a nova informação mostra que não é o caso com a variante delta.

O surto em Provincetown — uma estância turística no cabo Cod, no condado com a maior taxa de vacinação do Massachusetts — já conta com mais de 900 casos. Destes, cerca de três quartos respeitam a pessoas que tinham sido totalmente vacinadas.

Como muitos Estados, o Massachusetts levantou todas as restrições associadas ao novo coronavirus no final de maio, antes do Memorial Day, que marca o início da época de verão. Mas esta semana Provincetown reinstituiu a exigência da máscara para todas as pessoas.

Documentos internos do CDC, que vieram a público, sobre o surto de infeções e a variante delta sugerem que o CDC pode estar a considerar outras alterações no aconselhamento da luta contra o coronavirus nos EUA, como recomendar o uso generalizado de máscaras e exigir a vacinação de médicos e outros trabalhadores da saúde.

A variante delta provoca infeções que são mais contagiosas que a gripe comum, a varíola e o vírus Ébola e é tão contagiosa como a varicela, segundo os documentos, que mencionam os casos de Provincetown.

Os documentos foram obtidos pelo Washington Post. Como salientam, as vacinas contra o novo coronavirus são muito eficazes contra a variante delta na prevenção de mortes e doenças graves.

O surto em Provincetown e os documentos realçam o enorme desafio que o CDC enfrenta no encorajamento da vacinação, enquanto admite que os surtos podem acontecer, mesmo que raros.

Os documentos parecem ser guias para declarações públicas dos quadros do CDC. Um ponto aconselha: “Reconhecer que a guerra mudou”, em referência aparente à preocupação crescente com a possibilidade de muitos milhões de vacinados poderem ser fonte de contágios generalizados.

Uma porta-voz da agência declinou fazer comentários.

Se bem que os peritos concordem com a posição revista do CDC sobre o uso de máscaras em espaços fechados, alguns afirmam que o relatório do surto de Provincetown não prova que as pessoas vacinadas são uma fonte significativa de novas infeções.

“Há uma plausibilidade científica para a recomendação (do CDC). Mas não deriva deste estudo”, disse Jennifer Nuzzo, uma investigadora em saúde pública da Johns Hopkins University.

O estudo do CDC é baseado em cerca de 470 casos de infeções ligados às festividades em Provincetown, que incluíram eventos com muitas pessoas, em espaços fechados e abertos, em bares, restaurantes, casas de aluguer e outras habitações.

Os investigadores fizeram testes a parte deste universo e encontraram sensivelmente o mesmo nível de vírus nas pessoas que foram vacinadas e nas outras.

Três quartos das infeções foram em pessoas totalmente vacinadas. Entre os que tinham todas as doses da vacina, cerca de 80% sentiram sintomas, como tosse, dor de cabeça, febre, dores de garganta e dores musculares.

Os dirigentes do CDC adiantaram que há mais estudos, e de âmbito superior, a serem feitos e a chegar, em que se estão a seguir dezenas de milhares de vacinados e não vacinados em todo o país.

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