O coordenador da equipa para a Prevenção e Mitigação da covid-19 da Sala de Situação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), Rui Araújo, explicou que se registaram 20 casos em Díli e mais um caso em Baucau, na segunda cidade do país.

Atualmente há 41 focos da doença em Díli, com 14 sem registarem novos casos na última semana, com 217 casos positivos detetados na capital desde 07 de março.

A pior situação vive-se na zona da Aldeia 20 de Setembro (Bebonuk) onde há já 57 casos ativos, com nove entre crianças com menos de 14 e um numa pessoa com mais de 60 anos.

Os novos casos de Díli incluem três na aldeia Bidau Motaclaran, sete na Aldeia 20 de Setembro, que se consolida com o pior foco, quatro na Aldeia Sagrada Família e dois na aldeia Bekussi (Becora)

Há ainda a registar um novo caso de uma pessoa em quarentena num hotel em Díli, um na aldeia 30 de Agosto (Comoro), um de vigilância sentinela no Centro Saúde Comoro, outro na Aldeia Metin I (Comoro) e outro na Aldeia 02 (Fatuhada), detetado em vigilância sentinela.

Rui Araújo confirmou que entre os casos positivos detetados nas últimas 24 horas, há dois que foram detetados num rastreio de contactos efetuado a um supermercado em Díli.

“Confirma-se que há dois casos desse rastreio de contactos, relacionados com os dois casos da zona de Bebonuk. A recomendação é que o supermercado permaneça fechado mais 10 dias e que os testes sejam repetidos nessa altura a quem está negativo agora”, disse.

Há ainda a registar um novo caso em Baucau, na Aldeia Builé (Babú), com sete focos identificados na região.

Nas últimas 24 horas o Laboratório Nacional processou 971 testes.

Rui Araújo disse que o procedimento em vigor determina que, especialmente para contactos “muito próximos” de casos positivos, caso o primeiro teste seja negativo “volta a ser feito um novo teste “ao oitavo ou ao 10º dia”.

“Já se detetaram casos aqui de familiares de pessoas que no primeiro teste tiveram resultado negativo, estiveram em quarentena e depois novos testes tiveram resultado positivo”, explicou.

“É um método que está a ser seguido rigorosamente e tem mostrado que é um método bastante cauteloso para não poder deixar passar possíveis positivos”, referiu.

Rui Araújo admitiu ainda a dificuldade em conseguir que algumas pessoas aceitem ser testadas.

“Sempre se tem utilizado o método persuasivo, mas nem todos são persuadidos a colaborar, incluindo aqueles que são contactos muito próximos dos casos positivos”, disse.

“Infelizmente o enquadramento legal atual não permite obrigatoriedade de testes”, referiu.

Fidelis Magalhães, ministro da Presidência do Conselho de Ministros, disse hoje à Lusa que o Governo vai incluir esta questão no decreto de medidas do próximo período de estado de emergência, que o executivo pediu hoje ao Presidente para ser renovado.

“A única mudança que vai ser contemplada é a obrigatoriedade do teste, a quem seja notificado para o fazer”, destacou.

Timor-Leste vive atualmente o pior momento deste o início da pandemia, com 387 casos acumulados, dos quais 247 ativos em vários pontos do país, quatro cercas sanitárias em vigor e três municípios com confinamento obrigatório, incluindo Díli.

O Governo deliberou hoje levantar, a partir de quinta-feira, a cerca sanitária que se está a aplicar no posto administrativo de Fatumean, município de Covalima.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.732.899 mortos no mundo, resultantes de cerca de 123,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.