"O último caso [positivo] foi identificado no dia 08", disse o delegado de saúde de Torres Vedras, Nuno Rodrigues, em conferência de imprensa, acrescentando que o "surto está a caminho do controlo", embora continue a haver "testagens e isolamentos consecutivos".
O responsável falava numa conferência de imprensa promovida pelo município de Torres Vedras, no distrito de Lisboa, para fazer o ponto de situação da pandemia e das medidas de prevenção e combate implementadas.
Contactada pela agência Lusa, a presidente do conselho de administração do CHO, Elsa Baião, disse que, até agora, foram testados 295 profissionais de saúde e cerca de 150 doentes.
Em 24 de junho, a instituição anunciou que estavam infetados dois profissionais e oito doentes, o primeiro dos quais acabou por morrer devido a outras patologias.
O foco de infeção surgiu no Serviço de Urgência Geral do Hospital daquela unidade relacionado com um doente que esteve internado naquele serviço "com patologias não respiratórias".
O doente "foi testado antes de ter alta" e foi "validado como negativo", mas "a situação clínica do doente agravou-se e este regressou à urgência, 24 horas depois, desta vez com queixas respiratórias".
O delegado de saúde admitiu que o concelho regista "uma segunda vaga" de infeções, "mais complexa do que a primeira", justificada pelo aumento de "interações e de movimentos" que o desconfinamento da população permitiu.
Torres Vedras regista 159 casos de infeção confirmados, dos quais 82 estão ativos, 72 recuperaram e cinco pessoas morreram, existindo 16 suspeitos e 223 pessoas em vigilância, segundo dados hoje divulgados na conferência de imprensa.
Segundo o delegado de saúde, existem 20 cadeias de transmissão ativas no concelho, cujos contextos de contaminação são na própria casa, entre familiares, em meio laboral relacionado sobretudo com trabalhadores da construção civil ou em superfícies comerciais, sem detalhar pormenores.
Nuno Rodrigues explicou que os "momentos de risco" estão relacionados com "refeições, viagens em transportes e relacionamentos nos locais de trabalho com não coabitantes, sem uso de máscara e sem distanciamento social".
Neste sentido, apelou ao uso de máscara, ao distanciamento físico e à higienização das mãos, e alertou que "festas mesmo ao ar livre são desaconselhadas e não devem acontecer".
Na conferência de imprensa, o presidente da câmara, Carlos Bernardes, disse que estão a ser reforçadas as campanhas de sensibilização nas esplanadas, praias, lares, empresas e outros estabelecimentos, tendo sido já realizadas 43 ações em estabelecimentos comerciais.
O autarca anunciou ainda que a câmara municipal está a preparar uma campanha para que os cidadãos "se sintam seguros no território".
Até agora, a autarquia atribuiu o selo de "estabelecimento seguro" a 52 empresas e o selo "clean & safe" a outras 18, além de ter recebido 21 pedidos de ampliação de esplanadas.
A pandemia de COVID-19 já provocou mais de 569 mil mortos e infetou mais de 12,92 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal morreram 1.662 pessoas das 46.818 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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