"Este pedido conjunto das quatro sociedades médicas surge na sequência da identificação destes doentes como indivíduos com um risco de infeção grave e de mau prognóstico a SARS-CoV-2", revelaram em comunicado as entidades.
Os especialistas apontam para que fatores como a fraqueza dos músculos respiratórios, a dependência de suporte ventilatório, o envolvimento cardíaco e a associação frequente a algumas comorbilidades como a obesidade, hipertensão arterial e diabetes, contribuem para que o risco nestes doentes seja muito elevado.
"As doenças neuromusculares são um grupo heterogéneo de patologias caracterizadas pela fraqueza muscular e com uma prevalência entre 1 a 10/100.000 e na sua maioria não têm cura", destacaram as sociedades médicas, que enviaram uma carta conjunta para a ‘task force' que coordena a vacinação a nível nacional, liderada por Henrique Gouveia e Melo.
Segundo as entidades, "nestas doenças, o envolvimento respiratório e, ou, cardíaco constitui a principal causa de morbilidade e mortalidade", pelo que "na maior parte das doenças neuromusculares, o risco de quadros graves e de mau prognóstico se infeção a SARS-CoV2 é considerado muito elevado".
As sociedades médicas especificaram no documento os vários fatores que contribuem para esse risco muito elevado, desde logo, "a fraqueza dos músculos respiratórios, condicionando baixos volumes pulmonares e insuficiência respiratória crónica".
"A este risco muito elevado de infeção grave e de mau prognóstico a SARS-CoV-2, acresce a possibilidade de, num cenário de escassez de cuidados de saúde, nomeadamente de disponibilidade de cuidados intensivos, os doentes neuromusculares poderem ser preteridos no acesso aos mesmos", remataram as sociedades médicas.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.784.276 mortos no mundo, resultantes de mais de 127 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.843 pessoas dos 820.716 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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