“Vemos com muita satisfação o regresso às aulas presenciais, porque como temos sempre dito, aquilo que temos feito é uma adaptação ao ensino 'online' e utilizando as plataformas. O regresso ao presencial efetivamente é melhor do ponto de vista das aprendizagens dos alunos”, disse à Lusa Mariana Gaio Alves.

No entanto, a presidente do SNESup disse estar preocupada com a ausência de referências por parte do Governo à vacinação dos docentes do ensino superior.

“Vemos com muita preocupação a total ausência de referências. Não temos ouvido nos últimos dias nunca referenciar os professores do ensino superior como estando abrangidos pelas prioridades de vacinação. Não ouvimos nenhuma palavra da parte do ministro Manuel Heitor, não ouvimos nenhuma palavra da parte da Direção-Geral da Saúde [DGS]ou do Ministério da Saúde sobre a inclusão dos professores e investigadores do ensino superior nas prioridades da vacinação”, sublinhou.

Mariana Gaio Alves disse ainda que o sindicato já contactou a DGS, o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos e o Conselho Reitores das Universidades Portuguesa, mas até ao momento não obteve resposta.

O Governo aprovou em reunião do Conselho de Ministros, na quinta-feira, o plano faseado de desconfinamento. Esta planificação prevê o regresso das aulas presenciais para estudantes dos ensinos secundário e superior a partir de 19 de abril.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior recomendou às instituições científicas e de ensino superior a “disponibilização de condições de testagem para SARS-CoV-2” e programas “de mitigação” dos efeitos da pandemia na saúde mental os estudantes.

Recomendou igualmente aos estabelecimentos visados a preparação de uma “reativação faseada de atividades letivas e não letivas” presenciais que contemplem “a disponibilização de condições de testagem para SARS-CoV-2 aos docentes, investigadores, não docentes e estudantes que desenvolvam a sua atividade presencialmente”.

A tutela também aconselhou a manutenção das regras definidas pela Direção-Geral da Saúde para reduzir a probabilidade de contágio (uso de máscaras, distanciamento físico, entre outras) e a “manutenção dos mecanismos de monitorização e controlo atualmente implementados para garantir o acompanhamento da situação de risco e potencial contágio em cada instituição”.