Augusto Santos Silva assumiu esta posição perante uma plateia com presidentes de algumas das maiores empresas e bancos nacionais e que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, numa sessão em que o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que a contribuição portuguesa será de 10 milhões de euros para a conferência de doadores desta tarde.

Uma conferência de doadores na qual a Comissão Europeia espera angariar à escala global cerca de 7,5 mil milhões de euros para apoiar a investigação do tratamento e da vacina contra a COVID-19.

Na sua intervenção, Augusto Santos Silva elogiou a ação da União Europeia, designadamente ao nível da coordenação, apontando como primeiro exemplo o trabalho de repatriamento de cidadãos retidos em diversas partes do mundo.

"Depois de primeiras hesitações, a União Europeia funcionou bem em outras dimensões relevantes, como a preservação e salvaguarda do mercado interno, na coordenação das medidas de confinamento e, agora, na coordenação das medidas de desconfinamento. Mas a coordenação vai também ser essencial em relação à necessidade de encontrar um tratamento eficaz contra o novo coronavírus e de se chegar o mais depressa possível a uma vacina", apontou o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.

Além da questão da coordenação, Augusto Santos Silva afirmou depois a União Europeia tem de possuir igualmente sentido de colaboração e de cooperação perante o desafio da COVID-19.

A colaboração, de acordo com o membro do Governo, tem de envolver o setor social, as empresas e sistemas científicos, "que representam uma das maiores riquezas da União Europeia".

"Finalmente, temos um desafio de cooperação, porque o que a União Europeia se propõe não é a obter um recurso para o seu próprio uso exclusivo ou predominante, mas, antes, em liderar o esforço mundial para que se consiga ter o mais depressa possível uma vacina. Uma vacina que seja um recurso universal, um meio ao dispor de todos", acentuou Augusto Santos Silva.