Depois de Portugal ter entrado em estado de emergência para fazer face à pandemia de Covid-19, são as polícias que vão estar nas ruas para fiscalizar e controlar o cumprimento das medidas decretadas pelo Governo na quinta-feira.

Essa fiscalização vai ser feita, segundo o primeiro-ministro, António Costa, com uma dimensão "repressiva" e também "pedagógica".

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Contactada pela agência Lusa, a Polícia de Segurança Pública avançou que “todos os cenários estão em cima da mesa” e que a PSP tem ao seu dispor todas ferramentas, nomeadamente ‘drones’ e altifalantes para mandar as pessoas para casa.

O porta-voz da PSP, intendente Nuno Carrocha, explicou que “é um cenário possível” os carros de patrulha andarem pelas ruas com o altifalante a dizer à população para ir para casa, mas não será essa a primeira abordagem dos polícias.

“Podemos vir a utilizar, mas não faz parte da nossa cultura que essa seja a primeira abordagem. A nossa primeira abordagem é o contacto com as pessoas individualizado para prestar informação e sensibilizar para o cumprimento das regras”, disse.

Para fazer cumprir o estado de emergência, os polícias vão estar “muito mais presentes na rua, sendo mais frequentes as ‘operações stop’ para controlo das pessoas.

Para tal, os cerca de 20 mil polícias estão todos “disponíveis para a componente operacional”, estando suspensas as férias do efetivo.

No âmbito do Estado de Emergência, os polícias têm também de controlar os casos confirmados de infetados com o Covid-19 e os que estão em vigilância ativa pelas autoridades de saúde, correndo o risco de “crime de desobediência quem não cumprir estas ordens.

Fonte do Ministério da Administração Interna disse à Lusa que as forças de segurança vão receber listas a nível local das pessoas sujeitas a isolamento.

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O porta-vos da PSP disse também que esta polícia já difundiu as diretivas por todo o efetivo, sendo a mais importante aquela em que é feita uma descrição dos cenários e em que os policias são obrigados a equipar-se previamente e só depois deve intervir.

“Isso é uma questão importante para proteger o efetivo e para garantir maior capacidade operacional”, afirmou, acrescentando que a PSP aguarda ainda o texto técnico do Conselho de Ministros para saber, por exemplo, em que circunstancias pode mandar encerrar um café.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, infetou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10.400 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 89.000 recuperaram da doença.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de vítimas mortais do Covid-19 para seis e o número de casos confirmados 1.020, mais 235 do que na quinta-feira.

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