“Não vamos hoje discutir os problemas resultantes da nacionalização da gestão, haverá tempo para isso e eventualmente haverá argumentos dos trabalhadores que façam sentido do ponto de vista de invocar da greve, mas é absolutamente inaceitável que trabalhadores do Hospital de Braga tenham optado por fazer greve em pleno contexto de surto epidémico”, afirmou o deputado e médico na Comissão de Saúde, onde a ministra da Saúde, Marta Temido, está a ser ouvida numa audição regimental.

Ricardo Baptista Leite comparou esta situação como se estivesse a assistir a “uma greve de bombeiros em Lisboa enquanto corressem incêndios em Pedrógão”.

“Não se consegue compreender e, por isso, deixo um apelo aos trabalhadores para que, independentemente das suas razões, não deixem de trabalhar, não deixem de estar junto das populações, não deixem de estar junto de quem precisa”, sublinhou.

Apelou ainda à ministra da Saúde para que anuncie que as negociações do contrato coletivo de trabalho possam ser adiados para depois da epidemia, uma vez que não há “a resposta que é necessário no terreno”.

“Precisamos de profissionais de saúde no hospital não no piquete de greve”, num esforço conjunto para se estar “um passo à frente do coronavírus”.

O deputado alertou ainda para o facto de haver relatos de escolas e universidades fechadas e “discotecas cheias”.

“Temos que apelar a que as pessoas se isolam socialmente, e portanto, apelamos que fiquem em casa e o mesmo se aplica a outros eventos sociais”, salientou.

Disse ainda não compreender “como é que se vê uma Moda Lisboa cheio de pessoas” que se estão a colocar em risco.

“Jovens e adultos ativos não estão em grande risco mas arriscamo-nos a infetar aqueles que estão mais velhos, mais vulneráveis”, vincou, mostrando a disponibilidade do PSD para “apoiar naquilo que for necessário”.

“O país encontra-se de facto num estado de emergência. Estamos num estado de guerra contra o coronavírus e portanto este não é um tempo de avaliação política”, que será feita depois de a epidemia passar, “mas este não é o momento dos partidos”.

“Este é o momento para nos unirmos para garantir que continuamos um passo à frente do coronavírus”, disse, rematando que o único tratamento que está agora ao alcance é “adiar ao máximo possível o número de novos casos para não esgotar a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde”.

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