Na conferência de imprensa diária de acompanhamento da pandemia da COVID-19, António Lacerda Sales referiu que esse indicador é mais baixo na Alemanha e Áustria e considerou que Portugal deve “assumir de forma responsável a curva em planalto” do progresso da epidemia.
“Não nos comparamos com outros países, esta é uma luta global, não é uma disputa de números ou de países”, ressalvou, considerando que o estado da COVID-19 em Portugal “é uma consequência do excelente comportamento e do excelente sinal de civismo que o povo português tem dado”.
O subdiretor-geral da Saúde, Diogo Cruz, reafirmou que a contabilidade das vítimas mortais da COVID-19 em Portugal poderá significar “um número de óbitos maior comparativamente com outros países” que as contabilizem de forma diferente.
“Nós neste momento estamos a considerar e a classificar mortalidade por COVID, para efeitos deste surto em particular, todas as pessoas que faleçam por COVID, independentemente da causa básica” da morte estabelecida pela classificação internacional da mortalidade.
O responsável da Direção-geral da Saúde declarou que Portugal está “com a malha o mais larga possível em relação aos países da Europa”.
“Aquilo que nós temos visto até ao momento é, de facto, o aplanar da curva e que as medidas tomadas foram adequadas, pelo menos para aquilo que nos propusemos”, afirmou, sem avançar com nenhuma previsão de quando as medidas de restrição de movimentos da população poderão ser aliviadas.
Diogo Cruz afirmou que a DGS tem estado a “estudar com um grupo alargadíssimo de académicos, e não só, sobre que medidas e quando poderão ser aliviadas”.
“É um trabalho que tem sido feito há mais de uma semana, que vamos continuar a fazer e diremos quando tivermos essas conclusões”, garantiu.
António Lacerda Sales também não se pronunciou sobre cenários de alívio das medidas mais restritivas: “Hoje está a ser feita uma reavaliação do estado de emergência e competirá às entidades, nomeadamente ao Presidente da República, tomar depois decisões em função de alguns aspetos técnicos que serão apresentados”.
Portugal regista 599 mortos associados à COVID-19 em 18.091 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia. Relativamente ao dia anterior, há mais 32 mortos (+5,6%) e mais 643 casos de infeção (+3,7%).
Das pessoas infetadas, 1.200 estão hospitalizadas, das quais 208 em unidades de cuidados intensivos, e 383 foram dadas como curadas. Portugal está em estado de emergência desde 19 de março, que deverá ser renovado esta semana por um novo período de 15 dias.
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