Marta Temido respondia desta forma a uma questão levantada pelos jornalistas na conferência diária da Direção-Geral da Saúde sobre o pedido feito por mais de 150 personalidade de vários setores da sociedade para um regresso controlado do funcionamento da economia.

“Todos percebemos que temos que ter neste momento uma preocupação de dar passos pequenos, mas seguros, temos tido resultados que classificaria como encorajadores na forma como temos gerido a pandemia, não obstante o número de óbitos que sempre se lamentam e as enormes dificuldades pelas quais temos passado”, disse a governante.

Portanto, vincou, “não queremos de todo em todo perder aquilo que foram os resultados adquiridos e temos que ponderar muito cautelosamente todos os passos que damos”.

Questionada sobre se o uso das máscaras comunitárias é um começo para que a economia possa retomar aos poucos, a ministra explicou que esta medida está “completamente alinhada” com as recomendações do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças do dia 08 de abril.

Essas recomendações estão hoje traduzidas para uma norma que refere que pode ser considerada a sua utilização por qualquer pessoa em espaços interiores fechados e com um elevado número de pessoas, como supermercados, farmácias, lojas ou estabelecimentos comerciais ou transportes públicos.

Contudo, ressalvou, no momento de confinamento em que Portugal se encontra a sua utilização é “diferida no tempo”.

Quanto à questão da sua disponibilidade no mercado, a ministra afirmou que há diversas entidades nomeadamente o Infarmed, o Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal, diversos peritos, a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) e outras entidades que concluirão esta tarde as normas técnicas para a utilização destas máscaras sociais e partilhá-las com a indústria.

“Para complementar a utilização de máscaras cirúrgicas, que não queremos que escasseiam, é que estamos a libertar também hoje, aproveitando esta janela de oportunidade em que nos encontramos ainda num período específico”, regras para que quem trabalha nestes mercados as possa desenvolver, acrescentou.

A ministra ressalvou ainda que “o uso de máscaras na comunidade constitui uma medida adicional suplementar, complementar às medidas já anteriormente recomendadas de lavagem das mãos de etiqueta respiratória e de manutenção da distância social e de utilização de barreiras físicas”.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 535 mortos, mais 31 do que no domingo (+6,2%), e 16.934 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 349 (+2,1%).

Dos infetados, 1.187 estão internados, 188 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 277 doentes que já recuperaram.