“Com menos de um mês pela frente, este objetivo que se aproxima deve concentrar as mentes em África e a nível global. O açambarcamento de vacinas atrasou África e precisamos urgentemente de mais vacinas, mas à medida que mais doses chegam, os países africanos têm de fazer planos precisos para vacinar rapidamente os milhões de pessoas que ainda enfrentam a grave ameaça da covid-19”, disse a diretora-regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, citada num comunicado.
O continente africano recebeu 21 milhões de doses em agosto através do mecanismo Covax, que apoia países em desenvolvimento, um número semelhante ao recebido no total dos quatro meses anteriores.
Com este aumento, a OMS refere que podem ser entregues doses suficientes para satisfazer o objetivo de 10%, mas alerta, no entanto, que 26 países “usaram menos de metade das suas vacinas contra a covid-19”.
“Mais de 143 milhões de doses foram entregues a África, no total, e 39 milhões de pessoas — cerca de 3% da população africana — estão completamente vacinadas. Em comparação, 52% das pessoas estão vacinadas nos Estados Unidos da América e 57% na União Europeia”, acrescenta a agência das Nações Unidas.
A OMS aponta ainda que apenas nove países africanos — como África do Sul, Marrocos e Tunísia — cumpriram, até agora, a meta de vacinação dos 10% mais vulneráveis.
“A desigualdade é perturbadora. Apenas 2% das cinco mil milhões de doses dadas globalmente foram administradas em África, mas o recente aumento do envio de vacinas e os compromissos mostram que uma distribuição mais justa e mais global das vacinas é possível”, sublinhou Moeti.
De acordo com os dados mais recentes do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana, o continente conta mais de 7,81 milhões de casos desde o início da pandemia, incluindo mais de 197 mil mortes.
A covid-19 provocou pelo menos 4.529.715 mortes em todo o mundo, entre mais de 218,3 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.
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