“Nós estamos a falar de cerca de 640 profissionais de saúde a trabalhar no Hospital das Forças Armadas de Lisboa, Porto e no Centro de Apoio Militar de covid, o antigo Hospital Militar de Belém. Serão vacinados durante a próxima semana, a semana de 4 de janeiro”, garantiu hoje o ministro da Defesa, em declarações aos jornalistas.
João Gomes Cravinho falava aos jornalistas após uma visita à sala de situação do Ministério da Saúde, Lisboa, onde são coordenadas as ações de acompanhamento do processo de chegada e distribuição das vacinas contra a covid-19, na qual esteve acompanhado pelo Secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes.
O governante explicou que esta sala “tem vindo a ser concebida ao longo de 6 a 8 semanas” e que nas últimas duas semanas “tem estado a funcionar em pleno e tem sido responsável pelo sucesso destas primeiras duas semanas de vacinação”.
“A sala de situação permite corrigir e cruzar dados muito diferentes, de instituições diferentes”, adiantou o ministro, momentos depois de ter visitado o terceiro piso do Ministério.
Esta sala, que reúne várias entidades e competências, é constituída por várias células (de logística, de comunicação estratégica, de vacinação), representantes dos sistemas de informação, uma célula de Segurança (composta por um representante da PSP e outro da GNR) e ainda dois militares que representam o Núcleo de Apoio à decisão do EMGFA [Estado-Maior-General das Forças Armadas].
Nesta unidade, as Forças Armadas ajudam no âmbito do planeamento e da logística, oferecendo as suas competências na atuação em ambientes de incerteza, stress e com elevada complexidade.
Gomes Cravinho sustentou ainda que sem esta sala de situação não seria possível que todo o processo de vacinação estivesse “a funcionar de forma coordenada e em conjunto” e que este foi o mecanismo encontrado pelo Ministério da Saúde para corresponder à “realidade muito específica” da covid-19.
“Creio que a sala de situação dá-nos uma excelente garantia para as próximas semanas, para as diferentes etapas de vacinação que se vão seguir”, acrescentou.
Questionado sobre o incidente entre GNR e PSP em Évora, João Gomes Cravinho disse apenas que a questão “é do domínio da administração interna” e que agora é preciso esperar pelos resultados do inquérito aberto pelo MAI.
“As rotas são programadas e tudo o que tem a ver com a distribuição das vacinas até ao local de chegada é coordenado aqui e esse trabalho tem corrido de forma muito escorreita”, vincou.
A TVI noticiou, na segunda-feira à noite, que “um conflito de interesses entre PSP e GNR” terá impedido, durante algum tempo, “a saída” do hospital de Évora da carrinha que fazia a distribuição da vacina na região Sul do país, acabando a situação por ser resolvida “com uma escolta partilhada” entre as duas forças da autoridade.
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, determinou a abertura de um inquérito urgente por parte da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) sobre estes “incidentes” em Évora no acompanhamento das vacinas.
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