Milhões de pessoas em todo o mundo podem estar atualmente com problemas de olfato ou paladar de longo prazo como resultado da COVID-19, sendo as mulheres mais propensas a estarem afetadas, sugere um novo estudo.

Com mais de 550 milhões de casos confirmados de COVID-19 até ao momento, a investigação publicada no BMJ sugere que pode haver deficiências olfativas a longo prazo em cerca de 15 milhões de pessoas e problemas de paladar em 12 milhões (com uma sobreposição desconhecida daqueles que sofrem de ambos).

A perda ou alteração do olfato ou paladar pode levar a "angústia grave”, dizem os autores do estudo, que pedem que os sistemas de saúde estejam mais bem preparados para apoiar as pessoas que muitas vezes se sentem "isoladas" quando dispensadas pelas equipas de saúde que os acompanham.

Atividades diárias como cheirar café e testar o sabor dos alimentos podem tornar-se "repugnantes e emocionalmente angustiantes", alertam os especialistas.

O estudo reviu dados de 18 estudos que envolveram 3.699 pacientes. Uma das voluntárias envolvidas no estudo informou que não tinha recuperado o olfato 27 meses após a infeção inicial.

Os cientistas reconhecem, no entanto, várias limitações no estudo, como o facto de os dados analisados terem sido reportados pelos doentes.

Menos casos

A média de infeções pelo coronavírus que provoca a COVID-19 voltou a baixar em Portugal para os 4.488 casos diários, o valor mais baixo registado durante este ano, indicam os dados do Instituto Ricardo Jorge (INSA).

Segundo o relatório semanal do INSA sobre a evolução da COVID-19 divulgado esta semana, o número médio de casos diários de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 a cinco dias voltou a descer dos 5.479 para os 4.488 a nível nacional, sendo ligeiramente mais baixo no continente (4.153).

Esta média de 4.488 contágios diários pelo SARS-CoV-2 é a mais baixa registada este ano, que começou com valores elevados e que desceram até maio, altura em que as infeções voltaram a subir no país, resultando na sexta vaga potenciada pela linhagem BA.5 da variante Ómicron, considerada pelos especialistas como mais transmissível.

De acordo com os relatórios do INSA, durante este ano, a média mais elevada de casos diários a cinco dias foi registada no final de janeiro (49.795 contágios), quando a taxa de incidência era de 6.130,9 casos por 100 mil habitantes e o índice de transmissibilidade (Rt) de cerca de 1,16.

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