“Devemos garantir o acesso a vacinas e a medicamentos, para enfrentar a pandemia”, disse Merkel, perante a audiência do fórum Soluções Globais, um evento organizado pela presidência italiana do G20 (o grupo dos 20 países mais desenvolvidos).
O projeto Covax procura fazer chegar vacinas contra a COVID-19 aos países em desenvolvimento e a Alemanha já contribuiu com mais de mil milhões de euros para este plano, além de se ter comprometido a fornecer cerca de 30 milhões de doses da vacina até ao final do ano.
A chanceler alemã lembrou que não será possível travar a pandemia enquanto a doença não for travada a nível global, o que implica agilizar a distribuição e mesmo produção própria de vacinas nos países com mais dificuldades económicas e financeiras.
Merkel defendeu, no entanto, que este objetivo não pode ir contra a proteção intelectual dessas vacinas, posição que o seu Governo mantém, apesar de apelos por parte de outros países, incluindo dos EUA, para a liberalização de patentes.
A chanceler alemã fez estas declarações durante a intervenção de abertura da sessão plenária do fórum, antes de falarem o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o presidente da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O fórum Soluções Globais conta com a presença de representantes de empresas, governos, organizações não-governamentais e outros organismos internacionais, com o objetivo de enfrentar os desafios derivados da pandemia e o combate às mudanças climáticas, bem como as suas consequências económicas.
Há uma semana, Merkel anunciou – durante uma reunião virtual do G20 focada nas questões de saúde – que o seu país contribuirá com um reforço de mais 100 milhões de euros para o Covax, o que coloca a sua contribuição acima de mil milhões de euros.
A chanceler lembrou ainda que, em 2017, sob a presidência rotativa da Alemanha, o G20 já tinha incluído o tema da saúde na agenda política do grupo.
“Devíamos ter agido de forma mais consistente nessa questão. Embora, obviamente, não pudéssemos imaginar a situação com que seríamos confrontados”, admitiu hoje Angela Merkel, para quem a pandemia de COVID-19 veio reforçar a necessidade do multilateralismo, como forma de solucionar os grandes desafios globais.
A pandemia de COVID-19 provocou, pelo menos, 3.513.088 mortos no mundo, resultantes de mais de 168,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.023 pessoas dos 847.604 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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