O "número alarmante" foi hoje revelado pelo diretor regional europeu da OMS, Hans Kluge, que indicou que, de acordo com os dados recolhidos em 24 países, a mortalidade em excesso registada desde o início de março é "muito acima do que seria normalmente expectável nesta altura do ano".

Em conferência de imprensa virtual a partir da sede europeia da organização, em Copenhaga, Hans Kluge indicou que nos 53 países cobertos, se registaram "mais de dois milhões de casos [de COVID-19] e mais de 175 mil mortes".

Segundo os números da OMS, mais de 94% de todas as mortes relacionadas com a COVID-19 foram de pessoas com mais de 60 anos de idade e 59% eram homens.

Em 97% dos casos, havia outra doença prévia, na maior parte dos casos cardiovascular.

Hans Kluge manifestou preocupação com a possibilidade de os países europeus reagirem à crise económica provocada pela pandemia da mesma forma que na crise de 2009: “Cortando a despesa pública com a saúde”.

“Os países que cortaram despesas com a saúde pública debateram-se para recuperar do choque económico e devemos aprender com os erros do passado”, argumentou.

A prioridade, defendeu, deve ser “investir na saúde, investir na proteção social e, acima de tudo, evitar a austeridade que devastou as vidas de tantas pessoas” na Europa.

Essa conduta será a “política responsável” necessária aos europeus, salientou.

A recuperação económica deverá levar à construção de uma “economia de bem-estar” em que haja “uma rede de segurança” para todas as pessoas, considerou Hans Kluge.

Nas últimas duas semanas, o número de casos acumulados aumentou 15% e nesse período, os países com mais novos casos comunicados foram Rússia, Reino Unido, Turquia, Bielorrússia e Itália.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de COVID-19 já provocou mais de 352 mil mortos e infetou mais de 5,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Cerca de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.356 pessoas das 31.292 confirmadas como infetadas, e há 18.349 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.