Em declarações aos jornalistas, o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Pisco, salientou que o acesso a estes equipamentos exige prescrição médica, não estando abertos a qualquer pessoa que queira fazer o teste “por sua iniciativa ou por sua livre vontade”.
Luís Pisco falava à entrada do centro de rastreio instalado na Escola da Quinta dos Frades, no Lumiar, no âmbito da abertura dos dois primeiros equipamentos de rastreio à covid-19 no concelho de Lisboa, acompanhado pelo diretor do espaço e pelo presidente da câmara, Fernando Medina (PS).
O presidente da ARSLVT explicou que existem 35 locais em estabelecimentos de saúde em toda a Região de Lisboa e Vale do Tejo, para os quais as pessoas com sintomas como tosse, febre e dificuldades respiratórias se podem dirigir, antes de um eventual reencaminhamento para os centros de rastreio.
Atualmente, sublinhou Luís Pisco, o centro de rastreio instalado no Lumiar tem capacidade para 200 testes diários, podendo chegar aos 300, enquanto o centro de rastreio móvel do Parque das Nações (modelo ‘drive thru’) poderá fazer um total de 150 rastreios por dia.
Já em toda a Região de Lisboa e Vale do Tejo, a estimativa é de vir a fazer “entre os 2.000 e os 2.500″ testes em 20 centros de rastreio.
Os dois que hoje abriram fazem parte de um conjunto de 10 unidades, a serem instaladas nos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa.
Luís Pisco avançou ainda que a ARSLVT está a trabalhar com laboratórios “que já trabalham para o Serviço Nacional de Saúde”, com os quais tem confiança, e que “têm convenções para outras análises”, tendo sido “alargadas para esta análise também”, garantindo que os hospitais “continuam a manter a sua capacidade para resolver um conjunto de questões”.
Questionado sobre se há material médico suficiente, o presidente da ARSLVT disse que “o ‘stock’ tem sido gerido milimetricamente”, perspetivando “que não haverá qualquer falta” quer para os médicos, quer para as pessoas que estão a trabalhar nestes locais.
O diretor do centro de rastreio do Lumiar notou que o equipamento funciona por agendamento, tendo capacidade para responder a cerca de 12 utentes por hora, e garantiu que “as pessoas vão ser inscritas sempre com proteção das rececionistas e dos técnicos”.
“A preocupação aqui é proteger obviamente as pessoas que trabalham aqui”, disse José Germano Sousa, acrescentando que os doentes direcionados pelo médico deverão cumprir as diretrizes dadas, como manter “sempre distâncias de segurança” e isolamento social.
Em relação aos utentes que se dirigirão ao centro de rastreio, não serão garantidas máscaras para todos.
“Não temos capacidade para se chegarem aqui 500 pessoas darmos máscaras a 500 pessoas, nem é isso que está preconizado. Aquilo que nos preocupa sempre é garantir que (…) não há qualquer tipo de contaminação aqui dentro e é assim que estamos a cumprir”, realçou.
Questionado sobre “se não é irresponsável” um potencial infetado chegar ao centro sem material de proteção, José Germano Sousa foi perentório:
“Mais responsável é você estar a falar aqui comigo a meio metro de distância, isso é que é irresponsável. Vocês deviam estar todos aqui com máscaras”, respondeu, acrescentando que manter a distância de segurança “é fulcral”.
Nas declarações à comunicação social, o presidente da Câmara de Lisboa, o diretor do centro de rastreio e o presidente da ARSLVT, tal como os jornalistas, também não usavam máscaras de proteção.
“Com o fecho ou o encerramento das escolas, a câmara dispõe de um conjunto de equipamentos e este [Lumiar] foi escolhido precisamente pela sua fácil acessibilidade através de automóvel, a capacidade de ter circuitos autónomos muito bem delimitados. As pessoas que entram, não se cruzam com as pessoas que estão dentro nem com as pessoas que saem. E no fundo, assegurando a maior segurança a todos aqueles que por prescrição médica sejam recomendados a fazer o exame”, referiu, por seu turno, Fernando Medina.
O presidente da Câmara de Lisboa destacou ainda que a autarquia abrirá “os centros que forem necessários”, em parceria com as autoridades de saúde e com os laboratórios.
“Ainda ontem [domingo], a Universidade de Lisboa disponibilizou a faculdade de farmácia e os seus institutos para depois eles próprios poderem fazer as análises depois da colheita, mais de 600 análises por dia”, adiantou.
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