Em declarações aos jornalistas no parlamento, no final de uma audiência com o Presidente da República por videoconferência, Jerónimo de Sousa manifestou ainda a preocupação do partido com a testagem e rastreio no país e considerou que o processo de vacinação tem sido “turbulento”.

“Insistimos que o confinamento tem de ser entendido como uma medida de exceção e não como solução duradoura (…) Se confinássemos por inteiro o país, o que acontecia?”, perguntou.

Questionado se o PCP entende que existem condições para o regresso ao ensino presencial já no início de março, Jerónimo de Sousa não apontou uma data.

“Desde o princípio que admitimos que as escolas fossem encerradas numa situação que não se prolongasse no tempo. Hoje está provado que as escolas não são foco da epidemia, é necessária uma planificação, que inclua medidas de reforço dos meios escolares”, defendeu.

Para Jerónimo de Sousa, “naturalizar” o regresso às escolas poderia contribuir para “distender” a situação do país.

Sobre a posição do Presidente da República, o secretário-geral do PCP apenas disse que Marcelo Rebelo de Sousa partilhou algumas das preocupações sobre a situação económica, social e cultural do país.

“É preciso criar condições para, de forma gradual, dar resposta à reabertura das escolas, responder à situação dramática das Pequenas e Médias Empresas que encontram dificuldades cada vez maiores, muitas delas à beira da falência”, defendeu, dizendo ser possível fazer isto “mantendo a guarda no combate à pandemia”.

Jerónimo de Sousa afirmou que, face ao abrandamento dos números da pandemia, este é o tempo de “olhar para o futuro e, enquanto é tempo, salvar milhares de vidas, de empresas, do direito de aprender”.

Questionado se o PCP entende que o Governo terá de apresentar um Orçamento Retificativo para enquadrar mais apoios a famílias e empresas, o líder comunista disse haver “um primeiro problema a resolver”.

“O Orçamento de 2021 contém muitas medidas que continuam a não ver a luz do dia e a não serem concretizadas, muitas delas propostas pelo PCP, mas não só (…) Esta é a primeira batalha que temos de travar”, referiu.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ouve hoje a IL, Chega, PEV, PAN, CDS-PP e PCP sobre a renovação do estado de emergência, em audiências por videoconferência, a partir das 14:30.

Na quarta-feira será a vez do BE, PSD e PS e, um dia depois, o parlamento reúne-se para debater e aprovar a provável renovação do estado de emergência, que terá efeitos entre 02 e 16 de março e será a 12.ª declaração na atual conjuntura de pandemia de covid-19.

O atual período termina às 23:59 da próxima segunda-feira, 01 de março.

Em Portugal, já morreram mais de 16 mil doentes com covid-19 e foram contabilizados até agora mais de 799 mil casos de infeção com o novo coronavírus que provoca esta doença, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.