De acordo com informações disponibilizadas pela direção de comunicação do CUF Porto, o quarto doente daquele centro hospitalar foi transferido hoje para a unidade privada.
“Em paralelo, a CUF está a reforçar a capacidade de camas para doentes covid, das 20 atuais para 36 camas - 22 no Porto e 14 em Lisboa. Destas, 9 são camas de cuidados intensivos”, acrescentou.
Estas transferências do CHTS somam-se a outras confirmadas anteriormente, como aconteceu com o Hospital das Forças Armadas (HFA) no Porto.
Há uma semana, este hospital militar acolheu 10 doentes “na sequência de um pedido do Hospital de Penafiel”, referia um comunicado divulgado à data.
Já o Hospital Fernando Pessoa, uma unidade privada de Gondomar, acolhia também na mesma data (sexta-feira, 06 de novembro), 20 doentes provenientes do CHTS, de acordo com fonte da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N).
Nas últimas semanas, a região do Tâmega e Sousa tem sido alvo de preocupações devido ao aumento de casos de infeção pelo novo coronavírus.
Esta situação gerou um pedido de “ajuda” pelo presidente do conselho de administração do CHTS, Carlos Alberto Silva, à direção da ARS-N.
Fonte do CHTS disse na quinta-feira à Lusa ter, no Hospital de Penafiel, 190 doentes covid-19 internados, dos quais 10 estão em cuidados intensivos, o que corresponde a cerca de 8,1% do total de internamentos pelo novo coronavírus a nível nacional, tendo em conta os dados divulgados pela Direção-Geral de Saúde na quarta-feira.
Na terça-feira, este hospital registava 235 internados, dos quais 11 em cuidados intensivos.
“A diminuição dos internados tem a ver com a transferência de doentes para outros hospitais da região. Estas transferências têm-se intensificado, prevendo-se que diminua a pressão no funcionamento do hospital nos próximos dias”, referiu a fonte do CHTS.
Com unidades em Penafiel e em Amarante, o CHTS presta apoio a cerca de 520 mil pessoas de uma região que inclui Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras, concelhos onde vigora o dever de permanência no domicílio desde 22 de outubro, medida que foi alargada no sábado a um total de 121 municípios do país.
Na quinta-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse que a resposta à pandemia de covid-19 está a ser apenas suportada pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), face à ausência de soluções proporcionadas pelos setores privado e social.
Em declarações na audição conjunta da Comissão da Saúde e da Comissão de Orçamento e Finanças, na Assembleia da República, a governante recusou qualquer “prurido” ideológico no recurso a outros setores, face a uma interpelação do CDS sobre a possibilidade de requisição, reiterando que o Governo está “a negociar desde há vários meses” e que não desistiu da negociação com os demais parceiros no sistema nacional de saúde.
“Não temos tido respostas à doença covid fora do SNS. Não temos tido, ora por razões infraestruturais, ora por razões de dificuldade e de incerteza, perfeitamente compreensíveis e que tentaremos negociar e acomodar. Não queiram envolver o SNS, os portugueses e a atividade assistencial em guerras que não existem. Estamos cá para trabalhar e servir os portugueses, não para servir guerras que não interessam a ninguém”, afirmou.
Marta Temido fez questão de lembrar a autorização pelo Conselho de Ministros de quinta-feira de “uma despesa de 33 milhões de euros para atividade realizada fora do SNS” em diversos hospitais para responder a populações com necessidades assistenciais.
“Estamos disponíveis para o fazer sempre que seja necessário e interessados em fazê-lo sempre que seja necessário”, frisou a ministra, sem deixar de sublinhar a exigência do Governo na gestão do orçamento de 12 mil milhões de euros para o SNS: “Temos o dever de gastar esta verba adequadamente e de retirar a máxima eficiência possível dos meios que são postos à nossa disposição”.
Portugal contabilizava na quinta-feira mais 46 mortos relacionados com a covid-19 e 4.410 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.
Desde o início da pandemia, Portugal já registou 2.740 mortes e 161.350 casos de infeção, estando na quinta-feira ativos 67.157 casos, mais 1.857 do que na quarta-feira.
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