Desde o início da pandemia em março de 2020, os hospitais tiveram de dar resposta a três vagas da epidemia, que originaram a morte de 16.998 pessoas em Portugal dos 840.493 casos de infeção confirmados.
Esta situação levou à abertura de hospitais de campanha, à construção de unidades de cuidados intensivos (UCI), à transferência de doentes entre regiões e ao cancelamento de atividade assistencial aos doentes não-covid que está agora a ser recuperada.
Hoje, a realidade vivida nos hospitais é diferente, conforme constatou a Lusa numa ronda feita por estas unidades que registam agora baixos números de internamento por covid-19.
O Hospital Santa Maria, que no pico da terceira vaga da epidemia, em janeiro, teve cerca de cerca de 400 internados, 70 deles em UCI, “a maior resposta a nível regional e nacional desde o início da pandemia”, tinha, na terça-feira, internados com covid-19 oito doentes em enfermaria e oito em cuidados intensivos, segundo o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN).
Este mês o CHULN registou apenas um óbito relacionado com a doença. A média de idades dos óbitos desde janeiro situa-se entre os 75 e os 78 anos.
O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC), que integra os hospitais S. José, Curry Cabral, Santa Marta, Capuchos, D. Estefânia e Maternidade Alfredo da Costa, tinha internados no domingo 18 doentes, três do quais em UCI, um na faixa etária dos 10 aos 19 anos e dois com idades entre os 30 e os 49 anos. Entre os internados em enfermaria, estão três crianças menores de três anos e um está na faixa etária dos 10 aos 19 anos. Os restantes têm entre 30 e 79 anos.
Desde 20 de abril que o CHULC não regista mortes por covid-19, assinala a instituição, indicando que 07 de fevereiro foi o dia com mais doentes internados (346 doentes, 55 dos quais em UCI).
O Hospital Fernando-Fonseca (Amadora-Sintra), um dos mais fustigados pela pandemia, tem hoje 10 doentes internados em enfermaria e um em cuidados intensivos, depois de seis dias sem nenhum internamento em UCI com covid-19.
O pico de doentes em enfermaria ocorreu em 25 de janeiro, com 333 doentes internados, e em UCI a 13, 14 e 15 de fevereiro, com um recorde de 42 doentes internados.
O Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO), que engloba os hospitais S. Francisco Xavier, Egas Moniz e Santa Cruz, tem internados cinco doentes em enfermaria, com idades entre os 36 e os 90 anos, e dois em UCI, com 55 e 75 anos.
O maior número de internamentos em enfermaria (254) foi registado em 01 de fevereiro e em UCI (54) no dia 09 do mesmo mês, em que também foi assinalado no dia 25 o maior número de mortes (10). Desde 06 de maio que o CHLO não tem registo de mortes associadas à covid-19.
O Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, tinha internados na segunda-feira três doentes em enfermaria, com idades entre os 30 e 59 anos, a que acresciam três doentes na Unidade de Hospitalização Domiciliária.
Segundo o HGO, “o número de óbitos reduziu acentuadamente”, sendo que os ocorridos este mês foram de doentes com mais de 70 anos admitidos em abril.
O maior número de doentes internados com covid-19 foi atingido a 05 de fevereiro: 213 doentes em enfermaria, 31 doentes em UCI e 16 na Unidade de Hospitalização Domiciliária.
A Norte, sem especificar em que unidades, o Centro Hospitalar e Universitário de São João (CHUSJ) indicou que na terça-feira estavam internados 12 doentes com covid-19.
O Centro Hospitalar Universitário do Porto, que inclui o Hospital de Santo António, registava na segunda-feira quatro internamentos em enfermaria e dois em UCI, todos com mais de 50 anos.
O Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) tinha internados, na terça-feira, cinco doentes em enfermaria e dois em unidades críticas. Destes, quatro tinham entre 50 e 69 anos, um 80 ou mais anos e dois tinham entre os 30 e os 49 anos.
“A média de dias de internamento dos doentes falecidos é de 10 dias, aproximadamente [e] a faixa etária mais afetada é entre os 80 e os 89”, referiu o CHVNG/E, unidade que a 29 de janeiro teve o maior registo de internados covid-19, com 146 em enfermaria e 37 em UCI.
No Hospital Pedro Hispano, que pertence à Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM), estavam internados na segunda-feira dois doentes em enfermaria e um em UCI, com idades entre os 50 e os 60 anos,
Quanto a períodos com registo de maior impacto, fonte da ULSM indicou que esses ocorreram em novembro de 2020 e janeiro deste ano.
No Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) estão internados 16 doentes em enfermaria e quatro em UCI, com idades dos 40 aos 59 anos. Em enfermaria as idades variam entre os 20 e os 80 ou mais anos, somando-se uma criança menor de nove.
Entre 01 abril e 10 de maio, o CHUC registou seis mortes, sendo a média de idades 76,1 anos. A média de internamento foi de seis dias.
O maior número de óbitos (21) foi registado no dia 22 de janeiro, enquanto o pico de internamentos em enfermaria (422) ocorreu a 02 de fevereiro e em UCI (76) a 04 de fevereiro, adiantam os dados do CHUC.
Paralelamente, a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco indicou à Lusa que no Hospital Amato Lusitano está apenas internado um homem em enfermaria.
Na ULS do Alentejo estão internados dois doentes em enfermaria, com uma média de idades de 60 anos, e nenhum em UCI. Desde março, que esta unidade de saúde não tem registo de mortes, sendo que no total de óbitos cerca de 75% tinha mais 75 de anos.
Em janeiro de 2021, a ULS do Alentejo tinha 65 doentes internados em enfermaria e 10 em UCI dedicadas à covid-19.
Na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo/Hospital de Beja estavam internadas na terça-feira duas pessoas em enfermaria com 52 e 90 anos, e nenhuma em cuidados intensivos.
Segundo esta unidade, a duração média de internamento em unidades covid do total de falecidos (263) foi 6,22 dias, sendo a média de idade de 80,3 anos (máximo 102 anos e mínimo 42 anos).
O máximo de internamento em enfermaria foi 69 doentes (26 de janeiro) e em UCI 10 doentes (16 de fevereiro), tendo o maior número de mortes (9) no Hospital de Beja sido registado em 26 de janeiro.
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