António Costa assumiu esta posição em declarações aos jornalistas, antes de se reunir com o seu homólogo espanhol, Pedro Sánchez, em Andorra - um encontro à margem da XXVII Cimeira Ibero Americana.

Em relação à questão da vacina da Janssen (grupo Johnson & Johnson) anticovid-19, que na terça-feira a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) concluiu que ter uma "possível ligação" a casos muito raros de coágulos sanguíneos, insistindo, no entanto, nos benefícios do fármaco contra a doença, António Costa manifestou-se satisfeito com essa decisão.

"Essa vacina foi aprovada sem qualquer tipo de restrições. Mas as restrições ou não restrições são uma decisão técnica em que os políticos não se devem meter", salientou o primeiro-ministro.

De acordo com o líder do executivo, a decisão técnica da Direção Geral da Saúde (DGS) e do Infarmed "é aquilo que o Governo respeitará e, em função disso, será adaptado o Plano Nacional de Vacinação".

Na terça-feira, o regulador europeu divulgou em comunicado que encontrou uma possível ligação a casos muito raros de coágulos de sangue invulgares com plaquetas sanguíneas baixas, mas confirmou que o risco-benefício global permanece positivo.

O comité de segurança sobre medicamentos humanos da EMA decidiu que "um aviso sobre coágulos de sangue invulgares com plaquetas sanguíneas baixas deve ser acrescentado à informação sobre o produto relativo à vacina Janssen", devendo tais eventos ser "listados como efeitos secundários muito raros da vacina".

Em causa está uma investigação da EMA a oitos casos raros de coágulos sanguíneos associados a baixos níveis de plaquetas sanguíneas após toma da vacina nos Estados Unidos, um dos quais foi mortal, de um universo de sete milhões de pessoas vacinadas.

Como a covid-19 "está associada a um risco de hospitalização e morte", a EMA insiste que "os benefícios globais da vacina Janssen na prevenção da doença superam os riscos de efeitos secundários".

Entendimento semelhante teve já o regulador europeu sobre a vacina da AstraZeneca contra a COVID-19.