“Desde 14 de novembro tem havido um ganho na confiança relativamente à vacina. Temos aqui, no ‘tomar assim que esteja disponível’ 20% a 13 de novembro e neste momento, a 05 de fevereiro, 75% dos portugueses a dizerem que tomam a vacina assim que esteja disponível. Em termos da confiança, na categoria de 'pouco ou nada' tínhamos 55% a 13 de novembro e temos 12% a 05 de fevereiro. São valores muito positivos”, afirmou.

Na apresentação realizada na reunião que decorreu no Infarmed (Lisboa) esta manhã entre especialistas e políticos para a análise da evolução da pandemia, Carla Nunes sublinhou a “recuperação positiva” em todos os indicadores após o período da quadra natalícia, no qual se registou “uma alteração para pior dos comportamentos” preventivos face à propagação do vírus SARS-CoV-2.

Nesse âmbito, a diretora da ENSP apontou a evolução de 76% para 92% a percentagem das pessoas que indicaram utilizar “sempre” a máscara quando saem de casa. Igualmente relevante, segundo Carla Nunes, foi a diminuição de pessoas que disseram sair todos os dias de casa.

“Na frequência de saída de casa sem ser em trabalho, na quinzena que terminou a 11 de dezembro, tínhamos 35% das pessoas a dizer ‘todos os dias ou quase todos os dias’. Temos agora, na mais recente quinzena em análise, 15%. Na distância de dois metros na saída de casa tínhamos valores [nas categorias de ‘algumas vezes’ e ‘nunca’] na ordem dos 20% a 08 de janeiro e temos agora 13% a 05 de fevereiro”.

Em sentido contrário, sobressai pela negativa a evolução da confiança dos portugueses na resposta dos serviços de saúde ao longo das últimas quinzenas em análise no estudo.

“Há uma diminuição de confiança recentemente. O nível de confiança na capacidade de resposta dos serviços de saúde à covid estava em 25% na categoria ‘pouco ou nada’ na quinzena que terminou em 25 de dezembro e temos 50% na quinzena que agora acabou”, observou Carla Nunes, sublinhando que a perceção ‘elevada ou moderada’ do risco de ficar infetado com covid numa instituição de saúde passou de 55% no Natal para os atuais 65%.

Em Portugal, morreram 14.354 pessoas dos 767.919 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.