O Governo escocês anunciou esta noite que quem chegar de Portugal vai ter de ficar em isolamento durante duas semanas a partir das 04:00 de sábado, juntando-se ao País de Gales, que já tinha determinado a mesma medida a partir das 04:00 de sexta-feira.

“Os dados desta semana mostram um aumento nos testes positivos e casos por 100.000 habitantes em Portugal”, justificou o ministro da Justiça escocês, Humza Yousaf.

O anúncio surge duas horas depois de o ministro da Saúde galês, Vaughan Gething, retirar Portugal continental da lista de países e territórios isentos de quarentena, mas mantendo os Açores e a Madeira.

O governo galês decidiu ainda excluir da lista de territórios seguros Gibraltar, e seis ilhas gregas (Mykonos, Zakynthos, Lesvos, Paros e Antiparos e Creta). 

A Escócia já tinha decidido impor quarentena a toda a Grécia desde e Yousaf deixou o aviso de que Gibraltar está no topo da lista de destinos sob vigilância.

Durante a tarde, o ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, tinha dito que Portugal e Grécia continuavam na lista de países seguros de Inglaterra, apesar da especulação de que seriam retirados.

“Continuamos a manter a lista de corredores de viagem sob constante reavaliação e não hesitaremos em remover países se necessário. No entanto, não há adições ou remoções”, anunciou, através da plataforma social Twitter.

No entanto, acrescentou, “os turistas são lembrados – os países com quarentena de 14 dias podem e devem mudar num prazo muito curto”.

A decisão do Governo britânico aplica-se apenas a Inglaterra, já que as restantes nações do Reino Unido têm autonomia sobre esta matéria.

A Irlanda do Norte também não anunciou qualquer alteração, mantendo-se alinhada com as orientações de Londres.

Portugal só foi incluído na lista dos países com “corredores de viagem” com o Reino Unido há duas semanas, em 20 de agosto, apesar da pressão do Governo português e do setor do turismo sobre as autoridades britânicas.

A decisão de adicionar ou remover um país é feita após uma análise do Centro de Biossegurança Comum, que usa como indicador principal o nível de 20 casos por 100 mil habitantes em sete dias, mas que também tem em consideração outros fatores, como prevalência, nível, taxa de mudança de casos positivos confirmados.

Inicialmente feita de três em três semanas, a reavaliação das medidas é agora feita semanalmente.

A pandemia de COVID-19 já provocou pelo menos 863.679 mortos e infetou mais de 26 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

O Reino Unido resista 41.514 mortos, em mais de 340 mil casos de infeção pelo novo coronavírus.

Em Portugal, morreram 1.829 pessoas das 59.051 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.