Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no final da terceira reunião técnica sobre a "Situação epidemiológica da covid-19 em Portugal", no Infarmed, em Lisboa.
Questionado se das suas palavras se pode depreender que, por vontade dos técnicos, não haverá abertura das escolas neste mês de abril, o chefe de Estado respondeu: "Isso pode depreender obviamente. Não haverá. É o senhor primeiro-ministro que o dirá dia 09 de abril, mas daquilo que disseram os especialistas é ganhar em abril o mês de maio, portanto, é manter este esforço em abril".
Transmitindo à comunicação social as mensagens dos especialistas, que considerou terem sido "muito claras e muito impressivas", o Presidente da República declarou que "há uma tendência positiva" na evolução da propagação da covid-19 em Portugal, "lenta, mas positiva".
"A segunda ideia é a de que, se queremos ganhar a liberdade em maio, precisamos de a ganhar em abril. Isto é, para dar passos em maio de liberdade, no sentido de regresso progressivo à normalidade, não apenas no sistema escolar, como na atividade económica e social, é preciso em abril ganhar maio", acrescentou.
Numa alusão ao 25 de Abril de 1974, o Presidente da República defendeu que no atual contexto também é preciso "em abril ganhar a liberdade, que é objetivo de todos os portugueses: numa democracia o máximo de liberdade na sua atuação no dia a dia".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, desta reunião sai "uma boa notícia" de que "o processo em curso está a conhecer passos positivos" na evolução do número diário de casos, o que indica que "este esforço dos portugueses está a dar resultado".
"Isto aumenta a nossa confiança e aumenta a nossa convicção positiva relativamente ao futuro da nossa sociedade, da nossa economia, da vida de todos os portugueses nos meses seguintes", declarou.
"Mas que não dispensa o esforço suplementar nas semanas que se seguem", ressalvou, pedindo aos portugueses "no resto do mês de abril um suplemento de esforço", para "se poder virar uma página no fim do mês".
Interrogado se já se vê "a tal luzinha ao fundo do túnel" de que falou o primeiro-ministro, António Costa, o chefe de Estado retorquiu: "Se os portugueses forem capazes de manter esta dedicação cívica durante o mês de abril, isso facilitará ver a luzinha no mês de maio".
Esta foi a terceira reunião alargada de apresentação técnica da situação da covid-19 em Portugal realizada no Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento, em Lisboa, com a participação de Presidente da República, presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, líderes partidários, sindicais e patronais.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira (+6%).
Comentários