“Não faz sentido que os dirigentes políticos, ainda que sejam órgãos de soberania, tenham acesso ao processo de vacinação quando existem ainda milhares de idosos por todo o país que ainda não foram vacinados”, lê-se num comunicado.
O texto do partido da extrema-direita parlamentar defende que, “na mesma medida, não faz sentido absolutamente nenhum que sejam vacinados quando os bombeiros, que lidam diariamente com doentes covid, também ainda não tenham visto o seu processo de vacinação concluído”.
“O Chega é contra esta medida por considerar que há franjas da sociedade que precisam de ser vacinadas o quanto antes quer pela exposição ao vírus a que estão sujeitas diariamente, quer por estarem incluídas no grupo de maior risco, como é o caso dos idosos”, conclui o documento.
De acordo com um despacho, emitido na segunda-feira pelo primeiro-ministro e a que o Diário de Notícias (DN) teve acesso, os titulares de órgãos de soberania, deputados, funcionários da Assembleia da República, membros dos órgãos das Regiões Autónomas e presidentes de câmara, enquanto responsáveis da proteção civil, vão começar a ser vacinados na próxima semana.
Segundo a mesma notícia, também a Provedora de Justiça, os membros do Conselho de Estado e a magistratura do Ministério Público vão começar a ser vacinados na próxima semana.
O primeiro-ministro, António Costa, terá já enviado as "cartas aos órgãos de soberania para que estabeleçam as prioridades para inoculação em cada um dos serviços".
"De modo a que se possa programar com precisão este processo é essencial definir, entre estes titulares, a indispensável ordem de prioridade, tendo em conta a limitada quantidade de doses disponíveis em cada semana", especifica António Costa na mensagem enviada ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, a que o DN teve acesso.
No texto, o primeiro-ministro pede a Ferro Rodrigues que especifique os deputados, bem como a lista nominativa dos funcionários daquele órgão, "que devam ser considerados prioritários nesta fase".
Em Portugal, já morreram 10.721 doentes com covid-19 e foram contabilizados até agora mais de 643 mil casos de infeção com o novo coronavírus que provoca esta doença, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).
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