“Não há nenhum caso suspeito de entre as pessoas que se encontram no hotel e nenhuma apresentou qualquer sintoma de momento”, assegurou o ministro Arlindo do Rosário, referindo que todas as medidas estão a ser adotadas de modo a reduzir o risco de transmissão e de propagação do vírus.

Num comunicado lido no Palácio do Governo, cidade da Praia, o governante avançou que entre as pessoas de quarentena estão estrangeiros e cidadãos cabo-verdianos, incluindo 210 funcionários do hotel, que estão sob vigilância permanente dos serviços de saúde da ilha.

“Todas as medidas de prevenção estão sendo adotadas de modo a reduzir o risco de transmissão e de propagação do viris”, garantiu Arlindo do Rosário, após uma reunião do gabinete de crise, liderado pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

Com o surgimento do primeiro caso, Arlindo do Rosário disse que o país entrou “definitivamente” na fase de “perigo eminente”, conforme o plano de contingência, estando neste momento a ser adotada toda a capacidade de resposta, com reforço e adoção de novas medidas.

Entre as novas medidas, o governante avançou que haverá um reforço de equipa de saúde local, incluindo médicos, enfermeiros e outros técnicos, e que materiais e equipamentos de proteção individual deverão seguir ainda hoje para a ilha.

Haverá também uma ampliação da capacidade de isolamento dos casos suspeitos e da capacidade de resposta, prosseguiu Arlindo do Rosário, acrescentando que será montado um quartel de coordenação na ilha ao nível da Proteção Civil.

O ministro agradeceu a solidariedade da população e reafirmou o “firme engajamento e compromisso” para controlar a situação “rapidamente”, esperando, para isso o “envolvimento e serenidade” de toda a população cabo-verdiana.

“O Governo está a envidar todos os esforços para conter ao máximo a eventual evolução dessa pandemia em Cabo Verde”, concluiu Arlindo do Rosário.

O primeiro caso do novo coronavírus foi confirmado em Cabo Verde na quinta-feira à noite e trata-se de um cidadão de nacionalidade inglesa, de 62 anos, que se encontra internado no Centro de Saúde da Boavista.

Segundo o ministro da Saúde, o homem, que chegou à ilha da Boavista em 09 de março apresenta um quadro clínico estável e encontra-se sob os cuidados da equipa da Delegacia de Saúde local.

Face ao risco da pandemia de Covid-19, desde quinta-feira, por decisão do Governo cabo-verdiano, e pelo menos até 09 de abril, estão proibidas as ligações aéreas oriundas de 26 países, incluindo Portugal e Brasil.

O Governo avançou ainda com um plano de contingência com fortes medidas de proteção e restrições, como o encerramento dos bares e restaurantes às 21:00, proibição de visitas a lares e aos centros onde estejam pessoas de terceira idade e aos estabelecimentos prisionais e de visitas aos hospitais e outros estabelecimentos de saúde.

Estas medidas, que incluem ainda a antecipação para 23 de março do início das férias escolares da Páscoa, vão estar em vigor por um período de pelo menos 30 dias.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10.400 morreram. Das pessoas infetadas, mais de 89.000 recuperaram da doença.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a tornar-se hoje o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 3.405 mortos em 41.035 casos.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta sexta-feira a existência de seis mortes e 1.020 casos de COVID-19

O número total de infetados cresceu 235 em relação a ontem, uma subida que representa um aumento de 30% em relação aos dados de quinta-feira.

De acordo com o boletim diário da Direção-geral da Saúde (DGS), registaram-se até ao momento 1.020 casos confirmados de COVID-19 em Portugal, 850 aguardam resultado laboratorial, 5 recuperados e 9008 em vigilância pelas autoridades.

Pandemia alastra

Ao todo, já morreram em todo o mundo 10.049 pessoas e há 246.522 casos contabilizados. Apenas um terço recuperou (88.486).

Itália superou a China esta quinta-feira no número de mortes por coronavírus, com 427 novos óbitos em 24 horas, o que levou a um total de 3.405, segundo dados oficiais do governo italiano.

Assim, Itália (3.405) tornou-se o país com mais mortes por COVID-19, à frente da China (3.245), Irão (1.284) e Espanha (1.002).

A doença parece estar a infetar as pessoas a um ritmo mais rápido: os primeiros 100.000 casos demoraram três meses a aparecer, mas os segundos surgiram num intervalo de apenas 12 dias, adverte a Organização Mundial de Saúde que alerta para a rápida propagação da pandemia.

Devido à pandemia, foram vários os Estados-membros da UE que adotaram medidas para promover o isolamento social, tentando assim conter o surto. Portugal incluído.

A doença já se alargou a 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar a situação como de pandemia.

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