As medidas foram hoje anunciadas pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), num vídeo publicado na rede social Facebook, para fazer face à pandemia de Covid-19.
A autarquia, em conjunto com as juntas de freguesia, Santa Casa da Misericórdia e centros paroquiais, vai garantir refeições quentes, cuidados de higiene e medicamentos "a todos os idosos com dificuldades de mobilidade e autonomia pessoal".
Este apoio abrange os mais de quatro mil idosos que já o recebem, "a que acrescem os que se encontravam nos centros de dia, que tiveram de ser encerrados para conter o risco de contágio", e será alargado a todos os outros com falta de autonomia e mobilidade, salientou Fernando Medina.
Quanto à população em situação de sem-abrigo, o presidente da câmara destacou que "todos os centros de acolhimento de sem-abrigo têm plano de contingência aprovado, medidas de higienização reforçadas, espaço de isolamento para caso exista alguma suspeita e planos de quarentena se necessário".
Fernando Medina avançou ainda que estão a ser montados mais dois espaços para "eventuais necessidades de quarentena" e que esta semana será instalado "um centro de acolhimento no pavilhão do Casal Vistoso, para receber os sem-abrigo que não se encontram nos centros existentes".
A partir de hoje estão também em funcionamento "26 cozinhas e refeitórios em escolas por toda a cidade" para as crianças e famílias mais carenciadas.
Nove estabelecimentos de ensino estão disponíveis, também a partir de hoje, para acolher os filhos dos profissionais de serviços essenciais, nomeadamente de saúde, forças de segurança e bombeiros, conforme já tinha sido anunciado pela câmara no domingo.
"Cuidar e proteger os mais vulneráveis, os mais frágeis e os nossos profissionais é um imperativo ético e moral. Mas é também a melhor forma de protegermos todos, reduzindo as transmissões e, assim, a pressão sobre o nosso SNS [Serviço Nacional de Saúde]", defende Medina no mesmo vídeo.
O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.500 mortos em todo o mundo.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou o Conselho de Estado para quarta-feira para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência, enquanto o Governo anunciou que Portugal e Espanha vão limitar a circulação na fronteira a mercadorias e trabalhadores transfronteiriços.
O Governo declarou na sexta-feira o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de hoje, impondo restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
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