
“Hoje – e isto é inédito e nunca foi feito – acionamos a cláusula geral de salvaguarda, o que significa que os Governos nacionais podem estimular a economia o quanto quiserem. Estamos a relaxar as regras orçamentais para os permitir fazê-lo”, anunciou a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, num vídeo publicado na rede social Twitter.
Sem dar mais informações sobre esta medida, a responsável observa na mensagem que o surto do novo coronavírus “tem um impacto dramático na economia e atinge grande parte dos setores” da UE.
“A suspensão da nossa vida pública é necessária para conter o vírus, mas também abranda severamente a nossa economia”, aponta.
Há uma semana, a Comissão Europeia já tinha admitido que, no caso de uma “severa desaceleração da economia” na zona euro e UE, devido aos impactos da covid-19, iria suspender os ajustamentos orçamentais recomendados aos Estados-membros.
Na mensagem hoje publicada, Ursula von der Leyen aproveita ainda para “saudar a ação decisiva anunciada pelo Banco Central Europeu [BCE] esta semana”, após este organismo ter anunciado na quarta-feira à noite um novo programa de compra de dívida no valor de 750.000 milhões de euros para aliviar a situação no mercado da dívida e o impacto económico do surto de covid-19.
“Isto cria a potência que precisamos na UE para apoiar a economia”, afirmou.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, infetou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10.400 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 89.000 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a tornar-se hoje o país do mundo com maior número de vítimas mortais.
A doença parece estar a infetar as pessoas a um ritmo mais rápido: os primeiros 100.000 casos demoraram três meses a aparecer, mas os segundos surgiram num intervalo de apenas 12 dias, adverte a Organização Mundial de Saúde que alerta para a rápida propagação da pandemia.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta sexta-feira a existência de seis mortes e 1.020 casos de COVID-19. O número total de infetados cresceu 235 em relação a ontem, uma subida que representa um aumento de 30% em relação aos dados de quinta-feira.
De acordo com o boletim diário da Direção-geral da Saúde (DGS), registaram-se até ao momento 1.020 casos confirmados de COVID-19 em Portugal, 850 aguardam resultado laboratorial, 5 recuperados e 9008 em vigilância pelas autoridades.
A doença já se alargou a 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar a situação como de pandemia.
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