Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde brasileiro, e indicam que o país totaliza 167.455 óbitos e 5.945.849 casos de infeção desde o início da pandemia, registada oficialmente no país no final de fevereiro.

A taxa de letalidade da doença é de 2,8% no Brasil, país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, e a taxa de incidência é agora de 79,7 mortes e 2.829,4 casos por cada 100 mil habitantes.

Segundo o investigador Domingos Alves, responsável pelo Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), o Brasil já se encontra numa “segunda onda da covid-19″.

“A nossa segunda onda vai ser mais parecida com a dos Estados Unidos do que com a da Europa, porque a Europa conseguiu controlar de verdade a transmissão, que voltou com força depois do verão, quando as pessoas foram viajar e trouxeram novas cepas do vírus para casa”, disse o especialista, em declarações ao jornal Folha de S.Paulo, avaliando que quer o Brasil, quer os EUA, nunca controlaram realmente a pandemia.

Os estados brasileiros com mais infeções são São Paulo (1.184.496), Minas Gerais (387.751), Bahia (377.445) e Rio de Janeiro (332.396).

Em relação às vítimas mortais, as unidades federativas que lideram essa lista são São Paulo (40.927), Rio de Janeiro (21.698), Minas Gerais (9.605) e Ceará (9.461).

Recentemente, o Presidente do país, Jair Bolsonaro, classificou de “conversinha” a possibilidade de o país atravessar uma segunda vaga da doença.

“E agora tem a conversinha de segunda onda. Tem de enfrentar se tiver (segunda onda). Se quebrar de vez a economia, seremos um país de miseráveis”, disse na última sexta-feira o chefe de Estado, já conhecido por ser um dos líderes mais céticos em relação à gravidade da pandemia.

Contudo, especialistas na área de Saúde acreditam que o Brasil terá de voltar a decretar medidas de isolamento social para travar o aumento de casos e mortes que se tem registado nas últimas semanas.

O Governo de São Paulo, Estado que é foco da pandemia no país, publicou na terça-feira um decreto, em Diário Oficial, que prorroga a quarentena em todo o estado até 16 de dezembro. O texto estabelece a possibilidade de suspensão de atividades não essenciais nos termos de um outro decreto publicado em março último, no início da pandemia.

No Brasil, 5.389.863 cidadãos diagnosticados já recuperaram da doença e 388.531 pacientes infetados encontram-se sob acompanhamento médico.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.339.130 mortos resultantes de mais de 55,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.