O diretor clínico do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA – que gere os hospitais de Faro, Portimão e Lagos), Horário Guerreiro, assegurou à agência Lusa que, com alguma “ginástica na gestão de camas”, o hospital concentrou as pessoas infetadas e contactos próximos na ala poente do serviço de cirurgia, encerrando-o a novos internamentos e redirecionando a assistência habitualmente aí prestada para outras áreas da unidade.
“A ala [poente do serviço de cirurgia] está encerrada a novos internamentos, mas não está vazia, devido a um número elevado de casos de covid-19, alguns dos quais já tiveram alta, o que nos obrigou a travar as novas admissões, mantendo lá doentes que têm covid-19 e outros que tiveram contacto com infetados por covid-19”, afirmou Horácio Guerreiro.
Os não infetados, mas que tiveram contacto próximo com doentes de covid-19, “aguardam a evolução até fazerem o seu período de quarentena”, acrescentou Horácio Guerreiro, quantificando em 21 o número total de infetados - entre eles três profissionais - do surto que afetou a ala poente da unidade cirurgia “e, concomitantemente, a ortopedia”.
Horácio Guerreiro explicou que, inicialmente, “alguns doentes foram mobilizados, quer da ortopedia, quer da cirurgia, para a unidade covid” específica que existe no hospital, mas, “por uma questão de gestão de camas, uma vez que já havia tantos infetados na enfermaria e na cirurgia poente”, foi decidido “colocar os doentes nessa ala de cirurgia”.
O representante adiantou que a ala poente da cirurgia “tem uma lotação de 28 camas” e, atualmente, “está ocupada com 25 doentes, 12 dos quais com infeção de covid”, enquanto os “restantes [13] estiveram em contacto com infetados de covid, mas não estão positivos” e encontram-se a cumprir “período de quarentena”.
Horácio Guerreiro reconheceu que o enceramento dessa ala afeta a gestão habitual do hospital, ao obrigar a “movimentar doentes para outras alas e serviços, nomeadamente para a urologia, que está na ala nascente da cirurgia”.
Há também a possibilidade, “se for preciso”, de utilizar outras zonas do hospital para assegurar a assistência, como o departamento médico.
“As coisas estão a funcionar normalmente, não tivemos de cancelar nenhuma atividade particular. Obviamente produz consequências a nível da gestão das camas, temos de fazer alguma ginástica para encaixar os doentes, mas por enquanto temos mantido a atividade”, garantiu o médico do Centro Hospitalar que serve o distrito de Faro.
O enceramento a novos internamentos na ala poente do serviço de cirurgia, noticiado na quinta-feira pela rádio TSF, levou assim à concentração de doentes covid-19 nessa zona do hospital, mas o serviço está a ser garantido noutras áreas da unidade, assegurou o diretor clínico.
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