"Depois de não nos termos deixado vencer pelo vírus, não nos podemos deixar-nos vencer pela cura", afirmou António Costa aos jornalistas, à porta de uma pastelaria em Lisboa, onde tomou um café e comeu um folhado.
No primeiro dia da segunda fase de desconfinamento, após dois meses de encerramento de grande parte da economia, Costa foi tomar pequeno-almoço a uma pastelaria que reabriu hoje, viu as medidas de segurança, como o gel desinfetante à porta e os acrílicos sobre as mesas a separar os clientes e depois optou por ficar na esplanada, confessando que já tinha saudades de tomar um café ao ar livre.
E fez um apelo aos portugueses para que, "com todas as cautelas", retomem "a sua vida em liberdade", insistindo nas regras de lavar as mãos, usarem máscara quando estão próximos dos outros e manter o distanciamento social.
"Se continuarmos todos parados sobrevivemos à doença, mas podemos não sobreviver à cura. É preciso ir vencendo estes receios, com confiança e sempre com cautela", disse, defendendo esta estratégia de "pequenos passos" para "ir devolvendo a normalidade".
Nos breves minutos que falou aos jornalistas, António Costa repetiu a palavra "confiança" por três vezes e insistiu nas normas de segurança para se regressar à rua neste "dia muito importante" de reabertura dos restaurantes e cafés, das creches, de regresso dos alunos do 11.º e 12.º anos às aulas.
"É muito importante que as pessoas vão ganhando confiança" e "é essencial que saibam que os restaurantes não estão a abrir de qualquer forma", disse, dando o exemplo daquele café que tem menos mesas e menos lugares sentados, dispensadores de desinfetante, os empregados todos andam máscara e viseira.
Para o chefe do Governo, não é possível "voltar à vida como ela estava em fevereiro", dado que o vírus continua por aí, e por isso é preciso proteger: "Temos que nos proteger e proteger os outros."
Depois, veio o elogio aos portugueses, que "têm sido exemplares pela forma como, desde março, batalharem contra este vírus", de "forma responsável", ficado em casa e seguiram as orientações da Direção-Geral da Saúde.
E "é com essa mesma confiança, mas com todas as cautelas", que aconselha, quem puder e não estiver no grupo dos devem ficar em casa, a "retomar a sua vida em liberdade".
Se todos têm receios, esse receio "é simplesmente bom conselheiro" para se tomarem "as devidas cautelas, normas de distanciamento, de etiqueta respiratória e utilização da proteção pessoal, higiene das mãos".
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 313.500 mortos e infetou mais de 4,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Em Portugal, morreram 1.218 pessoas das 29.036 confirmadas como infetadas, e há 4.636 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
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