“Nós estamos a acompanhar o processo, evidentemente que as pessoas têm liberdade de circulação, aqueles que regressarem e que não estão em zona de quarentena, como Wuhan, por exemplo, terão todo o apoio e acompanhamento aqui em Cabo Verde”, disse o primeiro-ministro.

Ulisses Correia e Silva, que falava aos jornalistas, na cidade da Praia, à margem de uma visita à Casa do Empreendedor, adiantou que os Ministério da Saúde e dos Negócios Estrangeiros vão falar sobre um eventual regresso de estudantes cabo-verdianos ao arquipélago.

Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Filipe Tavares, disse que a retirada dos estudantes cabo-verdianos da China não se colocava no momento, porque tal medida contrariava as diretrizes das autoridades chinesas e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O chefe da diplomacia cabo-verdiana garantiu, por outro lado, que o país estava em contacto com vários parceiros, para a eventualidade de algo em concreto sobre o regresso dos estudantes.

O ministro deu o esclarecimento, depois de um responsável de saúde ter avançado essa possibilidade, com apoio de Portugal, país que recebeu hoje os primeiros cidadãos repatriados da China.

Num comunicado divulgado na sexta-feira, a Direção Nacional de Saúde (DNS) de Cabo Verde garantiu que os hospitais e estruturas de saúde do país já definiram espaços próprios de isolamento para receber casos suspeitos e encomendaram um ‘stock’ de material médico para seis meses.

A mesma fonte adiantou ainda que foram reforçadas as medidas de vigilância “nos pontos de entrada no país, em todos os aeroportos internacionais, com a disponibilização de profissionais para seguir todos os passageiros provenientes do exterior”.

Na China estudam cerca de 350 cabo-verdianos, 15 dos quais estão em quarentena em Wuhan, epicentro do surto.

A China elevou hoje para 362 mortos e mais de 17 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), incluindo uma cidadã chinesa que morreu nas Filipinas.

Desde dezembro já surgiram 17.205 casos em toda a China da doença que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a decretar uma emergência mundial e que já se espalhou a 20 países.