Graça Freitas, disse, em conferência de imprensa em Lisboa, que a quarentena se mede a partir da hora em que o avião saiu da zona mais afetada, em Wuhan, e por isso terminam o período de 14 dias de sábado (15 de fevereiro) para domingo. “No sábado sairão para casa”, afirmou.

Em entrevista ao SAPO Lifestyle, Miguel Matos, um dos portugueses repatriados, tinha avançado que tudo apontava para que o regresso a casa ocorresse a 15 de fevereiro.

A diretora-geral da Saúde adiantou que os 20 não apresentam qualquer sintoma de doença e que na sexta-feira às 09:30 vão repetir as análises, estando os resultados disponíveis na tarde da mesma sexta-feira.

Além de elogiar a disponibilidade dos 20, 18 portugueses e duas mulheres brasileiras que estão isolados no hospital Curry Cabral em Lisboa, Graça Freitas explicou que a Direção-Geral da Saúde (DGS) não valorizou o estudo segundo qual o período de incubação do novo coronavírus pode não ser de 14 dias, o período seguido até agora, mas de 24 dias.

Trata-se de uma informação “que não está validada”, sendo “um dos muitos estudos que circulam” e o qual a Organização Mundial de Saúde (OMS) não menciona, disse Graça Freitas, concluindo: “não havendo robustez científica não a podemos considerar”, até porque “há estudos que vão em sentido contrário”.

A responsável da DGS elogiou os esforços de contenção do novo coronavírus por parte da China, com medidas nunca antes vistas, mas salientou que se desconhece se o vírus tem capacidade de se propagar a outros países pelo que Portugal se está a preparar, ativando e atualizando planos de contingência com “muitos parceiros” em todo o país.

Ao longo da conferência de imprensa Graça Freitas fez várias referências ao muito que ainda se desconhece sobre o novo coronavírus, nomeadamente não se conhecer a “taxa de ataque” se houver disseminação pelo planeta. “Mas nada nos garante que se vai disseminar”, disse.

A diretora-geral da Saúde disse também que tem aumentado o número de chamadas para a linha de saúde SNS24, muitas delas só para pedir informações, e admitiu que o vírus tenha capacidade de se transmitir mesmo com tempo mais quente, ainda que seja o inverno “a estação em que se dá melhor”.

O novo coronavírus detetado na China já provocou mais de 43 mil infetados e mais de mil mortos, sendo que apenas duas das vítimas mortais ocorreram fora da China, nas Filipinas e em Hong Kong.