19 de abril de 2013 - 14h40
O consumo de drogas e álcool entre os portugueses diminuiu em 2012 face a 2007 e situa-se abaixo da média europeia, sendo mais prevalente nos homens do que nas mulheres, segundo resultados de um inquérito hoje divulgados.
Os dados provisórios do “III Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral – Portugal 2012” apontam para uma redução do consumo de substâncias ilícitas e lícitas tanto ao longo da vida, como do último ano e do último mês, quando comparados com os resultados do inquérito de 2007.
Este estudo baseia-se em três inquéritos realizados em 2001, 2007 e 2012 à população dos 15 aos 64 anos - em 2012 foi considerada a população até aos 74 anos, mas para efeitos de comparação analisou-se apenas até aos 64.
Nos três períodos em análise, as prevalências dos consumos de substâncias psicoativas, em particular as ilícitas, situam-se “abaixo das médias registadas noutros países europeus”.
A tendência de evolução dos consumos no geral é marcada por um aumento de 2001 para 2007 e de uma redução ou estabilização de 2007 para 2012.
No que respeita ao consumo de qualquer substancia ilícita ao longo da vida (experimentação), a prevalência nos três anos em estudo foi de 7,8% (2001), 12% (2007) e 9,9% (2012).
No entanto, se for considerado o último ano (consumos recentes), a evolução foi de 3,4%, 3,7% e 2,7%, e no último mês (consumos correntes) foi de 2,5%, 2,5% e 1,7%.
“Uma leitura feita no sentido da redução é possível quando atentamos no facto de, no plano de qualquer substância ao longo da vida, terem diminuído, em 2012, os consumos recentes e correntes, na ordem dos 2% em relação a 2007”, revela o estudo, que inquiriu mais de 6.000 pessoas.
Este padrão de redução verifica-se quando se avalia em detalhe cada uma das drogas ilegais, com exceção do ecstasy e do LSD, relativamente aos quais os consumos correntes se mantêm.
No caso do LSD verifica-se mesmo um aumento dos consumos recentes.
Substâncias legais
Quanto às substâncias lícitas (álcool, tabaco e medicamentos) verifica-se a tendência de redução ao longo da vida, quando se compara 2007 com 2012.
A prevalência de consumo de bebidas alcoólicas em 2012 foi a mais baixa (74%), quando comparada com 2007 (79,1%) e com 2001 (75,6%).
Entre os consumidores de álcool, 23% apresentam risco excessivo no que respeita ao tipo de consumo, equanto os restantes 77% apresentam baixo risco.
No caso do tabaco, o consumo ao longo da vida registado em 2012 foi de 47%, bastante superior ao de 2001 (40,2%), mas ligeiramente inferior ao de 2007 (48,9%).
A avaliação do grau de dependência revela que esta é elevada para 9,4% dos fumadores, moderada para 34,6% e baixa para 56%, sendo o grau de motivação para deixar de fumar baixo para 85,5% dos fumadores, moderado para 12,9% e elevado para apenas 1,6%.
O consumo das “legal highs” – vulgarmente designadas drogas legais – ao longo da vida é declarado por um grupo reduzido de pessoas (0,4%), maioritariamente jovens, que as adquirem normalmente em smartshops (44%).
No geral, os consumos são mais prevalentes entre os homens do que entre as mulheres, com exceção da cocaína, das bebidas alcoólicas e do tabaco, em que a proporção é idêntica.
Relativamente à idade, os consumos de drogas ilícitas ao longo da vida estão associados às camadas mais jovens (15-34 anos), com 14,9% dos inquiridos a declarar ter consumido.
Deste total, 22,8% eram homens e 6,8% mulheres, percentagem que baixa para 10,8% e 3,1%, respetivamente, quando se fala do grupo etário entre os 35 e os 64 anos (prevalência total do grupo é de 6,8%).
Lusa