Quem de nós nunca teve um conflito no local de trabalho? Exato! Todos já passámos por essa experiência. E como podemos lidar com o conflito quando parece que não existe solução possível?

O conflito parece, frequentemente, uma estrada sem saída.

Mesmo quando parece que conhecemos o caminho há anos, vemo-nos no início de uma (aparente) estrada sem saída. Começamos a pensar que vamos chegar atrasados, que devíamos ter saído mais cedo, que devíamos atualizar a nossa app de navegação, e a lista de pensamentos continua.

Nos contextos de saúde também temos momentos em que parece que estamos numa estrada sem saída, com conflitos sem solução à vista. Uma das aprendizagens do curso que ministro na academia nobox é que os conflitos têm impacto em diferentes contextos, causando desgaste, desperdício de tempo e de (muita) paciência e energia! Com tudo isto, as relações profissionais ficam afetadas e, por fim, as pessoas de quem cuidamos podem ser apanhadas no meio deste nosso problema de navegação.

Estes conflitos podem incluir uma decisão terapêutica, uma questão logística, horários para o natal e passagem de ano, incentivos relativos a indicadores, entre muitos outros. Também nos conflitos em contextos de saúde é importante saltar do conflito para a colaboração.

Pode ser tentador ficar a remoer sobre os motivos que nos levaram ao caminho sem saída, mas, se não avançarmos, podemos perder todo o combustível.

Para fazermos este processo mais colaborativo, é importante que olhemos para as pessoas que estão envolvidas no conflito. Este olhar não pode ficar pelas aparências ou pelo que achamos daquela pessoa e das suas intenções. Um processo algo sistemático pode ser útil. No fundo, é como descascar uma cebola. Sim! Isso! Uma cebola que vamos descascando camada por camada. E podemos fazer isso com o conflito e para as pessoas envolvidas nele.

Neste movimento rumo à colaboração, podemos ter em conta o que o outro nos diz que quer, aquilo que realmente quer, e aquilo que ele precisa. Parece que é tudo o mesmo, mas não é! São as tais camadas da cebola.

Este é o Modelo PINCC, ou modelo da cebola para os amigos. A análise através deste modelo, mais do que uma receita culinária, é um convite a perceber qual o nosso lugar no conflito e de que forma nos podemos aproximar do lugar do outro, tendo em conta as suas diferentes camadas.